O medo de nós mesmos
O medo parece estar presente em todas as ocasiões. Uma audácia, pois nem foi convidado. Ou será que, por ironia do destino, ele é uma parte de nós, um sentimento, sentado entre o amor e a raiva?
Nasce com a gente, ou algo o faz levantar-se de sua cadeira e dominar um corpo inteiro? Não sei.
Sei que toma forma, habita peles, cria personagens. Invade pensamentos, ideias, ações prestes a serem feitas. Fantasia-se de bicho-papão, de quarto escuro, de morte, de compromissos e imprevistos e até de amor. Propaga-se, infesta, torna-se maior, pior, letal.
Faz criancinhas berrarem e homenzarrões soluçarem. Por horas. Dias. Anos.
Faz nascer o cuidado, a cautela. Faz mãe e filho dormirem na mesma cama. Faz remediar, trancar as portas e janelas toda noite.
Só não deixa fechar os olhos.