NAU SEM RUMO, PERDIDA.
“Quando pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, dirigimos todo o seu corpo. A língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas.” Carta de São Tiago.
Qualquer fala ou palavra enganosa traz desastrosas situações. Assim nos tem contado a história.
Vivemos um “amontoado” de bardos shakesperianos dos mais severos. Estamos cercados de dramas que fariam corar o Senado Romano, uma das mais corruptas instituições da história. Não se sabe onde colher uma única verdade, uma só fala que não contradiga São Tiago.A seara política não é messe favorecida. Não são bons os frutos oferecidos para a colheita.
“Vede como um pequeno fogo pode incendiar uma grande floresta! Assim também a língua é fogo, é um mundo de iniquidade; entre os nossos membros, é ela que contamina todo o corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência. De uma mesma boca procedem a benção e a maldição. A língua ninguém a pode dominar: é um mal incontrolável, carregado de veneno mortal. Não vos vanglorieis nem falseeis a verdade.” Carta de São Tiago.
E continua a caminhada da fala que não tem futuro por nascer da inverdade. E as tempestades são maiores e tomam corpo assustador. Não há causa sem efeito. Quanto mais arde em fogo a fala enganosa, mais é jogado combustível no incêndio. E desse enredo, dessas falas, de progressivas condutas, dão multiplicados testemunhos de rumos não corrigidos os atos e gestos.
As “trocas” salvacionistas não salvam, afundam mais o barco sem rumo. Nau que faz água deve ser reparada para evitar de vez o naufrágio, mas que seja consertada com “madeira de lei”, assim considerada por ser nobre, da época do Brasil Imperial. Sem os remendos da asfixia que antes de trazerem oxigênio mais sufocam e deixam rastro de ressentimento, antipatia e ódio. Nós górdios não se desatam por primários, só por conquistadores natos como Alexandre que o cindiu com a espada e se tornou o Grande Alexandre. Tudo que mais dividido fica perde a força.
Grandes e expressivas instituições representativas nossas são conduzidas por nomes sob persecução penal, “persecutio criminis”. Nada de paradoxal, está sob nossos olhos, é realidade. A cada dia uma honrada Polícia Federal descerra véus sobre extensa malha de corrupção que atravessa todo o Brasil.
O que ocorre (?) quando o Maior Tribunal Eleitoral do país encaminha andamento de procedimento, investigativo, aceitando-o, ontem, por fraude no último sufrágio eleitoral que teria dessa forma preenchido as maiores investiduras do Brasil;
quando a Casa Legislativa Maior não encontra número de componentes para votar rejeição de projeto aprovado e não aceito, vetado, ausência de “quorum”, mesmo depois de grande acerto no preenchimento de ministérios pela tal “governabilidade”;
quando contas prestadas ditas irregulares sofrem forte pressão com procedimentos posteriores ao tempo certo, mérito houvesse, públicas as posições do Tribunal Julgador de Contas, à época do prazo concedido para defesa, justamente concedido pelas irregularidades inferidas e já conhecidas.
O que ocorre?
Uma nau sem rumo, perdida.
Política não se dissocia de economia, essa é oxigênio daquela.
Nessa toada eméritos especialistas apregoam que somente em 2019, longos quatro anos, poderá a nação sair da recessão.
Não se avista nenhum PORTO SEGURO, só imprevisibilidade.