Um Conquistador
Sorrateiro! Denominava assim o jeito de Mario. Olhar de galã, cabelos bem penteados e um sorriso malicioso. Barba sempre bem feita, mas com um perfume barato.
Chegava como quem não quer nada. Na surdina.. Com rebolado de malandro e o palavrear na ponta da língua... Chegava, chegava e já ia levando. Era engraçado. A mulher ali, parada. Esplêndida, formosa, exuberante. Nem dava bola pra ele, mas sem pestanejar ele já ia conversando. Nunca mentia, não era de seu feitio, às vezes obrigava-se a aumentar. Ajoelhava-se, erguia as mãos pro céu e perguntava:
“Você tem três chances: Ou me decapita, me transforma num cavaleiro Troiano ou case comigo”.
Era assim que ele chegava. Ninguém resistia. Nenhuma! Era engraçado, ele tinha um humor excêntrico.
Todas derretiam-se, apaixonavam-se. E logo iam pra cama. E lá, ele já ia gritando, pedindo:
“Onde estão os violinos, preciso de um fundo musical para imortalizar este feito. É a mulher da minha vida”.
As mulheres não sabiam se estavam tendo um orgasmo, ou se estavam morrendo de rir. “Este cara é doido”.
Principalmente Morgana, que não conteve-se e caiu em tentação.
“Não! Não fazem nem 10 minutos da primeira transa e você já quer de novo”.
Era assim.
“ Tem como não se apaixonar?” Perguntou Morgana à Dani.
A resposta foi imediata:
“Não.”
E logo depois da relação sexual ele corria pelo apartamento, pelado, gritando. Agradecendo aos deuses egípcios o momento desfeito. Completamente nu.
Ele era engraçado. Mas às vezes extrapolava. O Mario extrapolava...
Morgana apaixonou-se. Assim como a Dani, a Laura, a Paola, a Lucinha e a Michele. Mas Morgana não o quis mais. O Mario extrapolava... Quando terminaram o romance Mario chorou, desesperou. Deu pena na Morgana, teve remorsos.
Todo o sentimento foi embora quando, no outro dia, viu Mario na entrada de uma festa, de joelhos e mãos para o alto diante de outra mulher:
“Me decapite, me transforme num cavaleiro troiano ou case comigo”.
Ela riu.
Mario era engraçado, conquistador, gente boa. Mas às vezes extrapolava...