O Músico Solitário
Era uma noite fresca de setembro. O ruído das ruas já havia diminuído. Poucos carros passavam buscando o abrigo de suas casas.
Cheguei ao terminal para esperar pelo transporte que me conduziria ao meu lugar de descanso, enquanto tentava me distrair com um livro.
Porém não pude evitar dispersar minha atenção. Um som harmonioso e simples de uma gaita rompeu o silêncio do ambiente.
A aparência daquele tocador era humilde. Não tinha a elegância dos grandes músicos ovacionados nos palcos, não usava as vestes deslumbrantes dos astros musicais, nem seu instrumento era valioso o bastante para estar polido.
Ele não se preocupava se a plateia pagaria cachê, se o aplaudiriam ao fim da canção ou se apreciaram sua música. A única coisa que ele queria, era fazer as notas musicais saírem de sua gaita, já desgastada pelo constante manuseio.
A cantiga era sempre a mesma. Mas não era irritante. Começava com um som que lembrava um navio deixando um porto, e aos poucos o som ia ganhando um novo ritmo, como se o navio navegasse por lugares belos e desconhecidos.
Por um momento esqueci meu cansaço, a ânsia que tinha por chegar em casa e apreciei aquela cantiga.
Por sorte íamos para o mesmo destino e o músico humilde embarcou no mesmo ônibus. O barulho do motor não o intimidou. As notas saíam agora com mais força... Até que chegou o lugar onde eu precisava descer.
Não teria ele problemas como qualquer ser humano? Não teria ele momentos de cansaço como todos nós que almejávamos o aconchego de nossas casas? Mas mesmo assim, ele não parava sua cantiga... Era necessário prosseguir cantando...
E então a melodia dele fez sentido. Não era a cantiga de um navio que parte, mas do dia que se finda. Todos os dias começamos com o mesmo tom e apesar das dificuldades é imperativo mantermos sempre a alegria... não importa se a vida é feita de rotina, os nosso olhos devem ver a beleza de cada momento que nos é permitido viver.
Cheguei ao terminal para esperar pelo transporte que me conduziria ao meu lugar de descanso, enquanto tentava me distrair com um livro.
Porém não pude evitar dispersar minha atenção. Um som harmonioso e simples de uma gaita rompeu o silêncio do ambiente.
A aparência daquele tocador era humilde. Não tinha a elegância dos grandes músicos ovacionados nos palcos, não usava as vestes deslumbrantes dos astros musicais, nem seu instrumento era valioso o bastante para estar polido.
Ele não se preocupava se a plateia pagaria cachê, se o aplaudiriam ao fim da canção ou se apreciaram sua música. A única coisa que ele queria, era fazer as notas musicais saírem de sua gaita, já desgastada pelo constante manuseio.
A cantiga era sempre a mesma. Mas não era irritante. Começava com um som que lembrava um navio deixando um porto, e aos poucos o som ia ganhando um novo ritmo, como se o navio navegasse por lugares belos e desconhecidos.
Por um momento esqueci meu cansaço, a ânsia que tinha por chegar em casa e apreciei aquela cantiga.
Por sorte íamos para o mesmo destino e o músico humilde embarcou no mesmo ônibus. O barulho do motor não o intimidou. As notas saíam agora com mais força... Até que chegou o lugar onde eu precisava descer.
Não teria ele problemas como qualquer ser humano? Não teria ele momentos de cansaço como todos nós que almejávamos o aconchego de nossas casas? Mas mesmo assim, ele não parava sua cantiga... Era necessário prosseguir cantando...
E então a melodia dele fez sentido. Não era a cantiga de um navio que parte, mas do dia que se finda. Todos os dias começamos com o mesmo tom e apesar das dificuldades é imperativo mantermos sempre a alegria... não importa se a vida é feita de rotina, os nosso olhos devem ver a beleza de cada momento que nos é permitido viver.