I m p o t ê n c i a

Nada é mais frustrante para o homem que o sentimento da impotência. Não, não me refiro à impotência sexual, para essa até inventaram um paliativo, o Viagra.

É a impotência do cidadão que não pode fazer nada para mudar o que acha errado, para fazer valer um direito, para ser respeitado. É ter que aguentar calado e impotente às injustiças, a ineficiência das leis, a ditadura do mais forte, a burocracia e a esculhambação no serviço público e na sociedade em geral.

Você se revolta, esperneia, grita, se desespera, se anghustia, procura denunciar, mas não consegue nada. Apenas, às vezes, recebe um protocolo enorme, a informação que a denúncia vai subir às "instâncias superiores" para, não riam, as "providências cabíveis".

Tudo enrolada, papo, mentira, conversa mole, blablablá.

A verdade é que hoje as coisas só andam com o adjutório, inferlizmente, da mídia. Sem isso necas de pitibiribas. Pelo menos é o que vejo no meu estado. O cidadão virou uma senha, um numero, uma estatística. Se o cidadão não reunir uma patota, uma turma, uma turba ninguém toma conhecimento dele. Individualmente ele não vale nada, Tem que se juntar a turba, queimar pneus, fazer passeata, protestar, chamar à atenção da mídia e só então começam a tomar alguma providência. Só com pressão. Em outras palavras: o cidadão não raro em que cometer alguma infração, parar o trânsito, fechar ruas, cercqr repartiçõers, até invadi-las para poder ver atendida suas demandas e direitos. Só assim as autoridades se tocam. Isso é um absurdo. Mas é um fato. Juro.

O cidadão sozinho é impotente, não tem direitos, é esnobado por qualquer terceirizado em repartições ou em qualquer lugar. Só se consegue algo se houver uma turba pressuionando. Ah, Brasil.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/10/2015
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