Terceiro Mundo

Dispa-se quando vir ao meu encontro, seus trajes me impedem de enxergar a sua alma. A janela dos seus olhos já não é mais suficiente. Troque de pele se for preciso, você vive em meu mundo, enquanto sobrevivo no seu. A linha é tênue entre nós, mas nos prendemos em nossas vestes, fazendo delas parte de nós. Essas bagagens são inúteis se quisermos partir.

Lembre-se que quando tudo parece desabar, e quando sua face é a última que quero ver, as nossas mãos dizem muito sobre nosso terceiro mundo, aquele que se formou quando meus dedos tocaram os seus. Contemple nossas paisagens, elas se movem a cada visita de nossos corpos, desenhamos nosso timbre, enquanto ouvíamos o doce som dos nossos risos, como um dueto em harmonia.

O nosso diálogo silencioso pra mim é mais atraente do que mil bajuladores prostrados aos meus pés, fazendo minhas fúteis vontades. Quando me perco em sua essência, me despeço da carnalidade, e de todos os banquetes já oferecidos, pois a preciosidade dos teus momentos é a excelência que eu não procurava, mas precisava. Como a chuva fina que cai sobre as rosas, é a tua presença em mim.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 04/10/2015
Reeditado em 04/10/2015
Código do texto: T5404303
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