Foco enquadrado
Realmente meu jovem, eu já sou daqueles que não consegue sintonia com a linguagem de vocês. Possivelmente porque fiquei formal demais, a ponto de hoje acha-las tolices muito mais que modismos, (se é que não há algo de sinônimo nas duas palavras) ou ainda porque, em sua maioria são chulas e dispersas. Escondem as sensibilidades para fazer eclodir a inimiga autoafirmação, este sentimento que mascara as essências e pode forjar para sempre pontos negativos da personalidade. É possível que eu tenha ficado no meu tempo, porém uma coisa devo dizer: sou adepto das novidades úteis. Aquelas que, de alguma maneira, trazem enriquecimento. Tento resistir ao exagero que, como de praxe, imbeciliza as pessoas. Games, Whattsap, sites de relacionamento, música popularesca, revoltas sem análise... Em suma, entusiasmos bobos; os que atropelam o respeito aos direitos dos outros, desde a capacidade de prestar atenção em quem fala até a cortesia no trânsito, se inexistente ou rara me parece apenas falta de educação e isso jamais foi positivo, independente da fase da vida que se viva.
Evidentemente que esse “meu jovem” se refere a uma parte dos jovens que tem mais energia que direção e que certamente não lerá esse texto. Os que lerem não se enquadrariam no foco.
Há alguns anos (estou sendo modesto) conheci um jovem que despertava essa dúbia impressão: comportava-se maduramente para a idade e tinha aparente dificuldade de se relacionar com os de sua faixa etária, porém, ao mesmo tempo possuía energia para enxergar mais longe do que os seus próprios orientadores. Quem o olhasse com alguma atenção saberia que um bom futuro lhe seria reservado. E foi. Claro que este padrão de comportamento lhe fazia feliz. Enfim, a dupla perfeita mesmo deve ser a união do útil ao agradável. O detalhe é saber perceber que será assim; descobrir-se descobrindo o mundo e ter força o suficiente para passar a braçadas sem emergir sob as ondas de lixo que lhes fustigue.