SOBRE PESSOAS E POLÍTICAS

Chega um momento em que a poesia se desfaz e da face escorre a máscara do conformismo diante de tudo o que presencio e vivencio. Quando me questionam sobre essa ou aquela linha politica e sempre ou com ironia doentia ou sarcasmo implantado. Penso calar-me, mas chega a hora de falar, diante das questões que vejo nessas redes sociais, nos "papozinhos de buteco" que deixei de frequentante, pois antigamente quando fazia faculdade era o "papo cabeça" que imperava, hoje percebo muitas caras e bocas... caras e bandas... caras e bundas... pergunto como resposta, numa tola tentativa de elevar o nível do tema:

- Quem você colocaria no lugar desses políticos que você critica e que não faria o mesmo que está acontecendo hoje e desde há muito?

Poderia eu me silenciar, mas meu lado crítico está de "bolsa escrotal" cheia: Ser crítico é bom, desde que em função desse desenvolver linhas de pensamentos também se aponte soluções, ou pelo menos indique direções para solucionar tais questões levantadas, isso é emergenciais e necessário ...

Essa guerrinha de nervos midiático se mune com pseudos diálogos que nada levam a não ser a descontinuidade do livre e profundo pensar, já deu, não é?

Agora e sempre é bom lembrar e para quem nem percebeu ainda: todo mundo é santo, todo mundo é demônio, assim somos todos nós e ninguém se propõe resolver questões estruturais desse maravilhoso país, há séculos. Somos eternos colonizados e colonizadores e aceitamos essa condição sem nem ao menos nos perceber dentro dela.

A cada tempo somos usurpados por nações estrangeiras de diversas formas, que destroem nossa soberania, fato que iniciou-se desde o tempo da "memorial descoberta do Brasil", iniciando assim o dizimar de tantas nações indígenas.

Sejamos práticos e deixemos de discursos infrutíferos: - infra estrutura básica entre outras, saúde, educação, auto estima, urbanismo, meio ambiente, tornaram-se apenas instrumentos de discurso do politicamente correto, mas as pessoas continuam sem medicamentos, moradia, comida, ócio, lazer, arte, cultura. Mantém-se esse sistema para gerar assim a continuidade, efetivação e manutenção do statu quo vigente.

Cuidemos de nossas mentes e percebamos que os que atiram pedras hoje, são os mesmos que tiveram seus telados de vidro apedrejados, e que esse ciclo tende a se repetir e se repetir, pois a política se institucionalizou com um empreendimento sócio lucrativo, visível ou veladamente e isso nos torna servos voluntários, pois esse círculo é um vício social tão bem implantado que engendrou nossas vidas e é deveras difícil sair desse emaranhado circunstancial.

Eu que desacredito na impossibilidade das coisas teço em minhas metas o hábito do observar, refletir, praticar, e ser plena no que penso, falo e ajo...

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 03/10/2015
Código do texto: T5402744
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