Sobre a juventude
Não sei como se descreve a juventude, mas sei que há algo de belo nela.
Algo além de primeiros namoradinhos, decotes que se enchem e ficam
mais provocativos a cada dia que passa e espinhas: há algo além, sim.
É coisa que se, refletida, se arrebenta do mero elo com a adolescência. Todos podem estar na juventude plena - por mais rugas que lhe riscam o rosto. E muitos rapazinhos de calças apertadas demais e vozes que afinam e engrossam, instáveis, podem estar longe de pisar na juventude.
É um conceito meu, pessoal, mas que se mescla com meu conceito romanceado de velho. Não é apenas o porteiro da minha escola que é velho, mas tudo o que é ultrapassado: vestidos balonês, reclamar sobre o calor, locar um filme e facebook de casal.
Juventude é renovar-se sempre: mudar de opinião, de estação de rádio, de caminho, de roupa, de casa ou de país. Os velhos permanecem no fundo da gaveta, imutáveis, e mal abrem os olhos por causa da poeira
que deita em seus rostos.
Que permaneceremos perdendo algumas discussões e nos empurrando para outros caminhos – que sejamos jovens, mutáveis e com planos muito além do ilusório plano A. E que não emburremos, caso o plano A não der certo.
Meus conceitos podem até ser romanceados, claro, mas podem desmentir o reflexo que você vê no espelho. Sejam pés-de-galinha, seja calvície, seu jeito de pensar e de rir pode desbancar a ação do tempo...Mais efetivo que pílulas ou cremes faciais milagrosos...