NINGUÉM RESISTE À “MARCHA” DO TEMPO...

Não é uma planta típica de nossa região, * - Sul. A esposa, acerca de quinze anos, recebeu umas mudas de uma prima de Niterói; o marido desta passara em concurso público e, em definitivo, veio fixar residência em nosso estado, na cidade de Jacarezinho, onde estão até hoje...

Muito embora o nosso clima não fosse propício, a plantou. Com o passar do tempo, cresceu, se tornando uma árvore de pequena estatura e, para surpresa nossa, deu os seus primeiros frutos. Se fossem colhidos prematuramente, se assemelhariam à ervilha, mas quando a cobertura das sementes fica mais seca e os grãos são colhidos, estes se parecem com o feijão. De preferência, depois de limpos, deve-se deixá-los um pouco ao sol; pode-se prepará-lo do mesmo modo que o feijão, com os ingredientes habituais, que melhoram o seu sabor, porém, aumentam o nosso colesterol...

Sempre era uma festa a pequena colheita; se convidava as pessoas amigas para saborearem um feijão diferente. O tempo passa célere a todos; os invernos foram se sucedendo, e este último, com mais rigor, encerrou o ciclo de vida desta planta entre nós, como seria normal. Isto nos causou um misto de tristeza, e por que não dizer, um pouco de reflexão, numa analogia entre a planta e nós; quando esteve aqui, periodicamente deu seus frutos, nada pedindo em troca, nem mesmo que a regássemos, pois é típica das regiões secas...

Em nossas vidas, também podemos dar “frutos” - o amável sorriso da esperança, a palavra de otimismo, de confiança - sem nada pedir em troca, mesmo diante dos infortúnios a que todos estamos sujeitos. A vida em si, não importando os problemas que estejamos enfrentando, é um dom de inestimável valor, em que estamos agregando valores, experiências, para o nosso próprio enriquecimento íntimo; dúvida, incertezas, desesperanças, são momentos passageiros que nos competem superar, sem queixas e lamentações; mas semelhante à planta, continuar servindo e amando. O amor incondicional já se constitui numa recompensa, por que ao gerá-lo, volta a nós em forma de luz, dando aos que geram as benesses da paz de consciência, que viver e amar vale a pena...

Semelhante à planta, os inevitáveis invernos, a cada ano que passa, vão pesando em nossa finita existência, e amanhã, inevitavelmente, cumprindo um ciclo que afeta a tudo e a todos, partiremos, ficando apenas as lembranças de nossa presença neste plano. Todo o bem que realizamos aqui, certamente se reverterá em luzes na nova estadia que iremos vivenciar. O amor deve estar acima de tudo...

*Guandu (Cajanus Cajan.)

Curitiba, 05 de outubro de 2.011.- Reflexões do Cotidiano. - Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 02/10/2015
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