Ainda menina eu tinha mania de ficar pensando em nomes: ficava horas falando, fazendo listas, me imaginando com os nomes que faziam parte das minhas fantasias. Eu já quis me chamar Sibyla (com y), Morgana, Mariúcha, Marrôcha... Marjorie — esse por causa da Garota Carinho, um rosto lindo que foi capa da Revista. Mais tarde, invoquei com os sobrenomes italianos, influência das fotonovelas naturalmente: Sibyla Rivelli, Morgana Roc, Marrôcha Pitti, Marjorie Farinelli... E por aí vai. Em meus devaneios era assim que eu me chamava conversando em voz alta comigo mesma —mania que conservo até hoje.
Um nome que me impressionava bastante era Paulinelli. Esse era por causa do Ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, do Governo Geisel, que eu não conhecia por imagem, mas escutava muito seu nome ser falado. E me soava bem. Sim, porque há nomes que soam cristalinamente. Paulinelli é um. Então já me chamei também Morgana Paulinelli — que piada! Garrastazu (que um vizinho por não entender bem, insistia em chamar de Garrafazul) eu gostava por causa do Presidente. Achava exótico — embora nem desconfiasse o significado de exótico. Vivia inventando pretextos para usar o Garrastazu.
Vá se entender, hein? Quase tive em meu Registro Civil, o nome de Cidália. Rosângela também foi aventado, mas passou longe de meu pai aceitar. Felizmente, no meio do caminho, rumo ao cartório que distava milhares de quilômetros de casa, meu progenitor teve tempo de refletir: inspirado pelo nome de uma radialista de quem era fã, ele mudou de ideia. Escapei do Cidália, acabei Marina. Não que tenha nada contra as Cidálias (aliás, não conheço nenhuma), mas é que sou mesmo muito apaixonada pelo meu nome. Marina me soa bem, cristalino, é o que gosto. Morgana, Sybila, Marjorie e as outras que fui, eram coisas da minha dupla personalidade.
Os nomes dizem muito de nós. Vejo pais que não se importam muito com a escolha dos nomes dos filhos. E deveriam, sim, se importar ao máximo. O nome é nossa referência, um legado para sempre. É nossa primeira pele e deve nos dar muito prazer quando o ouvimos. Eu, por exemplo, sempre ouço mil violinos no lugar desse nome que escuto diariamente com o maior prazer do mundo:
— Marina.
Um nome que me impressionava bastante era Paulinelli. Esse era por causa do Ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, do Governo Geisel, que eu não conhecia por imagem, mas escutava muito seu nome ser falado. E me soava bem. Sim, porque há nomes que soam cristalinamente. Paulinelli é um. Então já me chamei também Morgana Paulinelli — que piada! Garrastazu (que um vizinho por não entender bem, insistia em chamar de Garrafazul) eu gostava por causa do Presidente. Achava exótico — embora nem desconfiasse o significado de exótico. Vivia inventando pretextos para usar o Garrastazu.
Vá se entender, hein? Quase tive em meu Registro Civil, o nome de Cidália. Rosângela também foi aventado, mas passou longe de meu pai aceitar. Felizmente, no meio do caminho, rumo ao cartório que distava milhares de quilômetros de casa, meu progenitor teve tempo de refletir: inspirado pelo nome de uma radialista de quem era fã, ele mudou de ideia. Escapei do Cidália, acabei Marina. Não que tenha nada contra as Cidálias (aliás, não conheço nenhuma), mas é que sou mesmo muito apaixonada pelo meu nome. Marina me soa bem, cristalino, é o que gosto. Morgana, Sybila, Marjorie e as outras que fui, eram coisas da minha dupla personalidade.
Os nomes dizem muito de nós. Vejo pais que não se importam muito com a escolha dos nomes dos filhos. E deveriam, sim, se importar ao máximo. O nome é nossa referência, um legado para sempre. É nossa primeira pele e deve nos dar muito prazer quando o ouvimos. Eu, por exemplo, sempre ouço mil violinos no lugar desse nome que escuto diariamente com o maior prazer do mundo:
— Marina.