Agonia da terra...
Cedo ainda e o sol desperta sorrindo,
Seu hálito é tão quente que traz a sensação de estar doente...
O calor que emana provem da devastação,
Castiga sem pena ao que resta de vegetação...
O rio de águas doce que preguiçosamente descia,
Agora agoniza em mero filete...
Lá, nos montes,
Um rastro saliente,
O fogo que avança faminto,
Consumindo...
O cerrado, coitado...
Lugar onde, animais desesperados,
Sem saída,
Sem guarida,
Jazem acuados...
O que será da nascente?
Recolhe- se temente,
Hiberna no fundo da terra,
Eterna será a espera,
Que a terra renasça...
Pobre mãe terra!
Já não chora,
Urra,
Grita!
Abre-se em feridas,
Numa agonia infinita,
Levando em seu sentir,
Milhares de vidas...
Enormes serão as marés,
Jorra o sangue da mãe terra,
Lambe, devasta e encerra...
Tristeza,
Lamento,
Em revolta desperta o vento,
Percebe a situação,
Tornado,
Furacão...
Gira, rodopia,
Condoído com o sofrimento da terra,
Batalhas sem fim,
Tentam extirpar da terra o homem que a consome...
Para que assim,
A natureza cuide dela em fim...