CONFISSÕES DE UM VELHO POLÍTICO À BEIRA DA MORTE

Confesso que menti inúmeras vezes.

Confesso também que deixei as ideologias da juventude serem tragadas pela ambição, poder, dinheiro e vontade de vencer.

Ainda, digo que muitas vezes deixei a família que constituí para trás, em meus interesses mundanos e fúteis!

Confesso que me corrompi.

Deixei meus valores de lado.

Destruí vidas com atitudes impensadas.

Deixei de ajudar:

Abri portas para quem não precisava, mas fechei para quem realmente tinha necessidade.

Confesso que me deixei encantar pelo sistema fácil que me ofereciam algumas pessoas.

Fui comprado pelos maiorais: Pessoas com poder maior que o meu, pois tinham dinheiro, e posição mais elevada.

Confesso que não estive presente nas horas mais importantes do lar:

Não vi meus filhos crescerem de fato.

Tampouco vi meus netos nascerem: Estava sempre ocupado nas campanhas políticas

para minha reeleição.

Confesso que minha esposa foi traída inúmeras vezes:

Mulheres que só queriam se posicionar e levar alguma vantagem, se aproximaram de mim, e eu, homem que sou, não deixaria de aproveitar tais momentos...

A minha vida foi levada anos a fio, pelos interesses. Conheci pessoas vãs, fui uma delas.

Confesso que na hora da fazer promessas, eu iludia sem remorso...

Confesso também e com o coração em frangalhos, que se pudesse voltar atrás, fariam tudo novamente: Exatamente como relato aqui.

Há pessoas que não consertam nunca!

Sou uma delas.

E se você, que lê essa minha carta de despedida da vida, pensa que sou um moribundo, engana-se: Vou dar cabo dela. Pois os tormentos fazem com que pessoas como eu, nada tenham de bom para dar a mais ninguém.

Fim do jogo.

BUM!

Fátima Fatuquinha Abreu

http://fatuquinhaeseular.blogspot.com.br/

Fátima Abreu Fatuquinha
Enviado por Fátima Abreu Fatuquinha em 28/09/2015
Código do texto: T5397472
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