Disse Dostoiévski:
Estava eu lendo um livro chamado "Dostoiévski", escrito pelo médico brasileiro Hamilton Nogueira no ano de 1935.
Encontrei a segunda edição deste livro, de 1974, na biblioteca pública da minha cidade no interior do Paraná.
Este livro comenta vários romances de Dostoi, e possui grandes informações sobre o autor. Foi alí que eu encontrei a seguinte citação de Dostoi:
Disse Dostoiévski:
"Eu amo o realismo, um realismo que tangencia o fantástico. O que para os outros é o fantástico, para mim constitui a essência do real."
Em seguida, o escritor do livro sobre Dostoi escreve:
Um personagem que existe no livro "O Sonho de um homem ridículo" (de Dostoiévski) não vê também a menor descontinuidade entre o sonho (aquele que temos enquanto dormimos) e o nosso estado acordado.
Esse personagem diz:
"Os sonhos... Ninguém os ignora... tem alguma coisa de singularmente estranho: alguns se apresentam com a mais terrível acuidade, contém uma precisão detalhada da realidade, minuciosa. Precisão de joalheria; Em outros sonhos, nós transpomos sem dúvida o espaço e o tempo.
E aparentemente não é a razão que cria os sonhos... é o desejo, a cabeça, o coração... e no entanto, de que sutileza às vezes a minha razão se mostra em meus sonhos! Ela executa verdadeiros prodígios impossíveis de serem explicados.
Meu irmão, por exemplo, que está morto há cinco anos, eu o vejo às vezes em meus sonhos; ele toma parte nos meus trabalhos, aos quais dedicamos o maior interesse, e entretanto, nem uma só vez durante o sonho me esqueço que meu irmão está morto e enterrado. Como é possível que eu não fique surpreendido, sabendo que ele está morto, de vê-lo ao meu lado, ocupado com o mesmo trabalho? Donde vem que minha razão aceita fatalmente tudo isso?"