A n t i f l o r i s t i n e

Na minha infância e adoplescência os remédios eram muito diferentes dos de hoje. Pra começo de conversa penicilina não se tomava de uma só vez, não haviam ainda condensado as doses, era necessário picar o braço do infeliz várias vezes. Lembro-me que a vacina contra varíola era aplicada dando um corte com uma gilete ou outro objeto cortante esterilizado, pdia até ser pena de caneta, no braço do coitado e depois pingavam as gotas da vacina, a reação era de lascar virava uma pereba. Lembram-se?

Além do mastruz com leite e outras garrafadas e ambedores, tomava-se um líquido horrível chamado, se não me engano, Emulsão de Scott, era um remédio que tinha no rótulo um suijeito carregando nas costas um imenso peixe. Tianha ainda os óleos de rícino, de bacalhau e etce e coisa e tal

Mas para mim, na infância,, não foram as injeções doedeiras, nem os líquidos amargos, nem mesmo a picelada de garganta, mas um tal ANTIFLORISTINE. Seguinte: quando a gente estava com muito catarro no peito, as nossa mãe esquentava uma espécie de pasta ou pomada ou talvez massa, depois ainda quente colocava em folhas de papel de seda e em seguinda colava no nosso peito e costas. Imagem a dor, o incômodo. Era uma tortura, pássamos o dia e a noite com aquilo colado no corpo.

Hoje os remédios são uma moleza, todos transformados em pílulas, gotas, injeções pequenininhas, as coisas são muito mais fáceis. Mas, hermanos, podem crer, até do dando do Antifloristine eu tenho saudade. Quanto não daria para o tempo voltar. Um tempo em éramos muito mais felizes. Que saudade das mezinhas, chás, Biotônico, Bromil, Vinho RFeconstituinte Silva Araújo, lambedores, mastruz com leite, Emulsão de Scott e,claro, até o Antifloristine. Que saudade. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/09/2015
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