CRÔNICAS DE TERESINA – A FEITICEIRA DO AMOR (2)

Dom Avelar Brandão Vilela era arcebispo de Teresina . Eu trabalhava agora no Jornal O DOMINICAL, da arquidiocese. Participei de uma entrevista coletiva, concedida pelo prelado aos jornalistas. A sede do arcebispado, onde morava dom Avelar, era localizada na Avenida Frei Serafim, nas proximidades da igreja São Benedito.

As perguntas dos jornalistas giraram, em parte, sobre o posicionamento de dom Helder Câmara, arcebispo de Recife, contra o regime militar. Dom Avelar falou, entre outras coisas, que dom Helder era adulto para saber o que estava fazendo. Moderado, ele dava a entender que não se podia dar a mão em ponta de faca em pleno auge da ditadura militar. Estávamos em 1968.

O arcebispo de Teresina presidia o Conselho Episcopal Latino-Americano- CELAM, com sede em Bogotá. Viajava constantemente para compromissos em eventos eclesiais. A Rádio Pioneira, da arquidiocese, com maior audiência da mídia local, transmitia diariamente sua ‘Oração Por Um dia Feliz”.

Depois de mais de uma década em Teresina, muito querido pelo povo, Dom Avelar Brandão Vilela foi escolhido Cardeal Primaz do Brasil, com residência em Salvador, onde faleceu aos 76 anos, aproximadamente, quando a ditadura estava moribunda.

Deixou um legado importante para a organização dos trabalhadores rurais em sindicatos e estimulou as atividades do Movimento de Educação de Base. É um vulto histórico que contribuiu para o engrandecimento do Piauí.

samuel filho
Enviado por samuel filho em 26/09/2015
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