Barbeiro
E daí meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 que de vez em quando aparecem para um cafezinho! Eis-me aqui, no Baca local (Recanto), no Baca dia (sexta-feira) e na Baca hora (17h19min), para mais uma interação literária com vocês.
Estou chegando aqui vindo direto do barbeiro. O Richard (não é apelido, é o nome dele mesmo, de batismo e registro). Sou seu cliente há tempos, desde que o tio dele, seu Larry, faleceu. Seu Larry era o dono da barbearia, Richard herdou-a. Eu cortava o cabelo com seu Larry, assim como meu pai. Logo, depois continuei na mesma barbearia.
Mas com uma vantagem: convenci o Richard a comprar uma máquina 12 para cortar meu cabelo, que é bem cacheado. Isso pôs fim a um trauma
que eu tinha: sempre que cortava o cabelo com máquina, a maior na cidade era 8, e daí ele ficava muito curto e os cachos sumiam. Ou cortava à tesoura, e ele nunca ficava com a simetria perfeita. Seu Larry era um babeiro às antigas, só usava tesoura e navalha. Era bom, mas a perfeição que eu buscava para meus cachos era impossível para mãos humanas, por mais hábeis e experientes que fossem, assim como eram as do mestre Larry.
Agora não, meus problemas tiveram fim e minha utopia perfeccionista foi realizada. Viva o Richard! Sou o único cara que corta cabelo com uma máquina 12 em Charky City. E quatro vezes por ano: primeiro, em fevereiro; depois, no início de maio; a seguir, lá pelo final de agosto, início de setembro; por fim, no início de dezembro, entrada do verão.
Como podem ver, deixo o cabelo crescer bem durante o inverno rigoroso daqui de Charky City. E a barba também, embora essa eu apare, no inverno, de 15 em 15 dias, com máquina 2 e, nos outros meses do ano, faço-a completamente, toda a semana. Assim, fica fácil de perceber que o Richard ganha dinheiro comigo é fazendo a barba mesmo. E que eu sou um cara que prefere ir no barbeiro, em vez de fazê-la em casa.
É um hábito antigo, difícil de se desapegar, até porque a ida ao barbeiro é também um evento social, onde fico informado sobre alguns acontecimentos de Charky City. Este Bacamarte é um cara da velha escola, daquela que vai ao barbeiro tirar a barba com navalha e que compra jornal em banca. Aliás, jornal do dia para ler tem sempre na barbearia do Richard, que, como é bem frequentada, serve pra gente ler enquanto espera um ou dois clientes serem atendidos.
Por tudo isso, ir ao Richard é entrar em conexão com Charky City, com a Groenlândia, com a Dinamarca, com a Europa e com o mundo. E é o único lugar em Charky City onde o barbeiro tem uma máquina 12 para cortar meu cabelo, que fica com os cachos parelhinhos parelhinhos.
Depois é só usar o shampoo e o condicionador certo para o meu tipo de cabelo. Mas disso eu não vou falar com vocês, pois daí seria entrar muito na minha intimidade.
Um abraço a todos, tchau.
PS - Droga de computador, estava com o relógio adiantado em relação ao Recanto! O texto entrou às 17h18min!!! Raios!!!
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
Mais textos em:
http://charkycity.blogspot.com
(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2015 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013.)