POR ONDE ANDA VOCÊ?
Por onde anda você, minha pequena? Não esqueço como se comportava quando ocupávamos o mesmo teto. Estava sempre feliz. Lembrei que nem sempre demonstrava felicidade. Entristecia quando eu não estava em casa. Você ficava emudecida e tristinha, apenas beliscava a comida que colocavam em seu pratinho. Seus olhinhos demonstravam interrogação. Era você sentindo saudades de mim. E eu, também, sentia saudades de você quando nos separávamos. Passei por um momento difícil da minha vida, passei um tempo fora e você me esperava todos os dias, no portão. Quando eu voltei, foi uma felicidade só... Corria sem parar, toda feliz. Eu também estava feliz.
Lembro-me que você adorava andar de carro. Reconhecia o barulho do carro à distância. Bastava abrir a porta do carro, lá vinha você correndo e entrava, imediatamente, acomodando-se no banco do carona. Ninguém conseguia fazer você viajar nos bancos traseiros. Estava sempre a olhar a paisagem, pela janela.
Fecho os olhos e vejo você parecendo uma mocinha. Cheirosa, arrumada, com laço de fita rosa e unhas pintadas de rosa claro. Você cresceu... Fiquei desesperada quando você se apaixonou pelo nosso vizinho. Tomava cuidado para você não sair sozinha para não se encontrar com o seu amado. Mas, um dia, burlou minha segurança e foi se encontrar com o seu namorado, que, por sinal, vez em quando passava pela porta de casa só para lançar um olhar apaixonado para você. Uma vizinha me chama e disse que você estava namorando atrás de uma escola. Lá vou eu buscar você. Quando eu chamei o seu nome, veio imediatamente ao meu encontro toda cabisbaixa, envergonhada. Briguei com você, claro.
Pouco tempo depois descobri que você estava grávida. Dois meses depois nasceram três lindos filhotes, os quais foram dados para adoção.
Uma tarde, você sumiu da frente de casa. Tenho certeza que roubaram você. Faz quatro anos que você desapareceu.
Por onde anda você, minha pequena poodle. Por onde anda você, Lupe?
Carta da dona da cadelinha Lupe.
Joyce Lima, 22h00min, 23.09.15.
Por onde anda você, minha pequena? Não esqueço como se comportava quando ocupávamos o mesmo teto. Estava sempre feliz. Lembrei que nem sempre demonstrava felicidade. Entristecia quando eu não estava em casa. Você ficava emudecida e tristinha, apenas beliscava a comida que colocavam em seu pratinho. Seus olhinhos demonstravam interrogação. Era você sentindo saudades de mim. E eu, também, sentia saudades de você quando nos separávamos. Passei por um momento difícil da minha vida, passei um tempo fora e você me esperava todos os dias, no portão. Quando eu voltei, foi uma felicidade só... Corria sem parar, toda feliz. Eu também estava feliz.
Lembro-me que você adorava andar de carro. Reconhecia o barulho do carro à distância. Bastava abrir a porta do carro, lá vinha você correndo e entrava, imediatamente, acomodando-se no banco do carona. Ninguém conseguia fazer você viajar nos bancos traseiros. Estava sempre a olhar a paisagem, pela janela.
Fecho os olhos e vejo você parecendo uma mocinha. Cheirosa, arrumada, com laço de fita rosa e unhas pintadas de rosa claro. Você cresceu... Fiquei desesperada quando você se apaixonou pelo nosso vizinho. Tomava cuidado para você não sair sozinha para não se encontrar com o seu amado. Mas, um dia, burlou minha segurança e foi se encontrar com o seu namorado, que, por sinal, vez em quando passava pela porta de casa só para lançar um olhar apaixonado para você. Uma vizinha me chama e disse que você estava namorando atrás de uma escola. Lá vou eu buscar você. Quando eu chamei o seu nome, veio imediatamente ao meu encontro toda cabisbaixa, envergonhada. Briguei com você, claro.
Pouco tempo depois descobri que você estava grávida. Dois meses depois nasceram três lindos filhotes, os quais foram dados para adoção.
Uma tarde, você sumiu da frente de casa. Tenho certeza que roubaram você. Faz quatro anos que você desapareceu.
Por onde anda você, minha pequena poodle. Por onde anda você, Lupe?
Carta da dona da cadelinha Lupe.
Joyce Lima, 22h00min, 23.09.15.