Dottynha
Este texto é para falar dela: Dotty, Dottynha, Doroti. Sei que não terei palavras em meu humilde acervo para descrevê-la. Ainda bem, pois não sou adepta a textos longos, incompatíveis com meu período de concentração. O que me fez crer em hereditariedade. Bem, nossa história começou na década de setenta, quando nasci. Dotty é minha mãe, o que explica meu pseudônimo aqui no Recanto. Descendente de alemães e com um lindo olhar da cor verde, e que infelizmente não recebi em minha genética (i na cre di tá vel!), Dotty é uma mulher guerreira, considerada a sua trajetória de luta pela vida, dela e da família. Mente sofrida. Mas muito reconhecida por sua fé. Mãe de três filhos. Eu, meu ‘irmão pai’ e meu ‘irmão irmão’. Dedicada inteira e intensamente a nós e a tudo que nos envolve. Nunca a vi com tempo livre enquanto eu crescia. Por isso, nunca sobrou muito tempo, tampouco situações, para que eu não a admirasse.
Tornou-se ‘o chefe’ da casa muito cedo, devido às fragilidades de meu Pai, o que justifica sua expressão forte e incisiva ao se colocar. Algumas vezes nos desentendemos, porque eu não entendia muito bem seu perfil centralizador. Certamente, muitas vezes a magoei, porque aprendi a ser rude assim,,,com ela. A me cobrar sempre. A buscar a perfeição sempre. A me doar sempre. E a me magoar facilmente(rsrsrs). Mas também a ser forte, 'sempre'. E a não desistir nunca.
Sabe, foi raro as vezes que presenciei minha mãe chorar. Posso contar nos dedos de uma só mão: Quando meu ‘irmão irmão’ , aos trinta e três anos, tivera seu único rim desligado, mantendo-se vivo com a ajuda de aparelhos (ele retirara o outro aos três anos de idade); quando meu sobrinho mais velho fora diagnosticado com meningite( lhe pareceu uma ironia do destino); quando o casamento de meu ‘irmão pai’ chegara ao fim e quando meu Pai fora vencido por um câncer de forma súbita e agressiva. É. Nada nunca foi fácil, mas superável com o tempo,,,com o pouco tempo para atender a todas as suas demandas. E as nossas.
Pessoa de muitos ‘dotes’, muitas Dottys, hehehe. Costureira, dona de casa, marceneiro, jardineiro, encanador, eletricista, rsrs, mãe, avó e doceira. Hummm,,,’ nham nham nham’. Não há quem não conheça os deliciosos sonhos da Dona Dotty no bairro onde vivemos. Sonhos de creme, sonhos de goiabada, sonhos de chocolate, sonhos, sonhos, sonhos,,,
Assim vive. Fazendo sonhos,,,em busca de seus sonhos,,, e dos nossos, ingenuamente,,, entre uma receita e outra,,, buscando o ponto certo.
E a mim só resta apreciar, elogiar e agradecer a Dona Dotty, Dottynha (carinhosamente por Mirinha) ou Doroti, pois até hoje não entendo como ela sempre tem uma receita para curar todas as minhas dores. Guardo-as comigo, com todo carinho, no meu livro de memórias, para bem de conseguir continuar,,, seus sonhos,,, os meus,,,os nossos.
*A foto do perfil é de Dottynha, para que meus colegas e amigos recantistas possam admirá-la. Grata.
Obs.: Postagem por tempo limitado. Hehehe.