Brasil?

Poesia - Brasil? (Fernando Paz)

Saía de casa, quando percebi: Fui roubado! Levaram embora o país! Não sobrou nada: nem palmeiras, nem sabiá! Olhei nos bolsos e tudo que havia era Impotência!

Nem um vestígio de moral e ética. Tenho medo de ser correto, pois o incorreto, certo se tornou!

Roubaram a própria terra que os acolheu e hoje chegam a roubar uns aos outros pela falta e o vício de ter o que surrupiar.

Um país vilipendiado e pilhado que oferta aos seus larápios a nobreza de heróis!

Oh Portugal! O que fez que nos mandou seus bandidos, cujos filhos de peixe, peixe também se tornaram?

Por favor, Tiradentes, nos liberte destes sorrisos cínicos que escravizam o país! Das meias mentiras que falam por meias verdades, empobrecendo o que ainda restou de cultura, que jaz em ruínas junto a esperança! Nos cure desta síndrome de capitanias que nos dividem ou destes governos arraigados aos espelhos de famílias imperiais hereditárias e usurpadoras que se perpetuam em nossa terra.

Precisamos de alforria, de independência e princípios. Se é para o bem de todos, não diga ao povo que fiquem! Eles precisam partir! Chega dessa ilusão paternalista que dá pão e circo nas arenas, enquanto as cidades são queimadas.

Miscigenação é mistura e não acirramento de desigualdades. Enquanto bebem em um boteco até cair, discutindo como futebol a escalação de direitos e deveres, raça e sexo, além de outras separações ou condições sociais, suas casas são esvaziadas.

Yes, ainda temos/somos Bananas! Se não nos venderem antes como um cacho qualquer.