CONFORTO DA MATURIDADE.

Do alto da vontade social representada, a lei, quando concede favores aos idosos aos sessenta anos, marco de temporalidade concessiva, pode-se ver de outra forma os ângulos da caminhada. Ou não. A famosa colheita do que foi semeado estará presente. O jargão não foi construído em vão.

Quem chegou a essa qualificação e o que é isso, maturidade? Muitas frutas ficam maduras pelo tempo e caem longe de suas sustentações. A árvore não as segura. Algo infectado contaminou a fruta.

Existem sustentações, razões, que fazem cair de podre seus detentores, o egoísmo em suas diversas espécies é o centro desse efeito que tem sido devastador.Com o tempo,implacável, sobrevirá a queda, em diversas manifestações.

Até pouco tempo o conhecimento se fazia por livros e estudos. Enciclopédia, não muitos sabem, quer dizer conhecimento em círculos, abrangente, em/ciclos. Ajudaram muito o conhecimento e a maturidade, a ilustração para os bons princípios pelos grandes pensadores da história.

Hoje as enciclopédias são jogadas fora, não servem mais, ocupam espaço,a Britânica, Barsa, etc, ninguém quer. O gosto em conhecer, ler, que estrutura a maturidade em princípios, foi sempre relegado, agora esta máquina – computador – move o mundo, mal ou bem, ou bem mal(?). As digitações não deixam ninguém almoçar em restaurantes, conversar, coloquialmente, aprender, chamemos de futilidade mesmo o caminhar pelas ruas sem olhar por onde anda. Por sinal, nunca se olhou muito em profundidade para o essencial, mas figuradamente, com ou sem meios digitadores.

A maturidade infunde medo e depressão para alguns que nascem com medo e nunca serão maduros.

A idade maior existe para alguns e é indiferente para muitos, basta manter o vigor físico ao menos, e a mente aguçada pelo interesse em valores maiores interiores e estará mais aparelhado então para pacificar o espírito.

Nessa quadra da vida os que tiveram a sorte de galgar o alto da montanha como seres caridosos, terão a grande visão da existência.

Só os que a percorreram intensamente sendo úteis, construindo, sendo iguais e perseverando no bem, na caridade, despojados de egoísmo, lutando e vencendo, sendo iguais, ou ao menos se retiraram para a iluminação, poderão saboreá-la, extrair dela os verdadeiros benefícios, usufruir seus ensinamentos e viver em absoluta paz e felicidade voltados para a luz do seu interior, imersos na chama do elo único que se aperfeiçoa na paz conquistada pelo amor.

Se pouco se olha o passado por viver o colorido do presente, mesmo assim, olhando o passado e a longa caminhada, avalia-se que aos vinte anos consagrava-se o estudo e ensinamento, diletantemente, e aos trinta se estava firme na seriedade desse estudo, podendo entender o que se estudava para aos quarenta anos ter afinado seus sentimentos restando poucas dúvidas sobre o existir, compreendendo aos cinquenta os decretos do céu que a inteligência não pode decifrar.

Dessa forma o que é justo nunca seria violado, tornando-se um combatente de quem viola a justeza dos sentimentos e corrompe princípios de entendimento da caridade universal.

Isso é o conforto da maturidade.

Como todo desenrolar da vida, agruras, dificuldades e sofrimentos conviveriam com as alegrias e exaltações luminosas. Não se pode ser fraco pelo silêncio nem renunciar ao combate das injustiças,muito menos silenciar com a indiferença e atos covardes. De nada valeria a maturidade se o culto do silêncio se favorecesse das tranquilidades do ócio na defesa do que é sagrado, justiça em sentir e proclamar. Só assim o mar da felicidade se multiplica em ondas permanentes na praia da vida.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/09/2015
Reeditado em 22/09/2015
Código do texto: T5390596
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