TORQUEMADA. DOSTOIÉVSKY. DISFUNÇÃO. LÓGICA.

Difícil lidar com a disfunção, autismo relativamente presencial, valha o paradoxo, uma vertente severa da dislexia. Quantos se lançam nesse veículo, internet, com essa afasia destacada.

Como dialogar ou ter interlocução com a negação da evidência como faz espelho o momento político, ou com o tamponamento da expressão que não se expressa, por idiotia clara, e que pensa se expressar no leito da confusão em que vive, estabelecendo frases sem conectividade, causa e efeito, por vezes em comentários, razão e configuração de objetivos que não se percebe por não expressados, com alertas ou exclamações, não se sabe do que e de que, e por qual razão nasceram desses “phatos” (tinha apagado o comentário, resolvi recolocar).

A insuficiência se compreende, mas não se considera por falta de explicativos.

Flutua nas comunicações em geral, um fundo semiótico, aqui muito presente. Anteontem a afasia pousou em texto meu, em comentário, absolutamente desconexo. Ficou ao lado da política idiotizada.

Pessoas desconhecidas se dirigem a você como se conhecessem sua pessoa, externando títulos, pompas e circunstâncias. Não tenho gabinete de uma terapia superada, psicanálise, e como tratar esses personagens que pululam do nada ao hiato, do vazio ao obscurantismo que por vezes chega a algumas letras, com dificuldade, mas sufocam-se pela necessidade de mais neurônios para a caminhada. E eles faltam. Viver dá trabalho.

A falta de lógica comandou seres célebres, os não celebrizados espalham sua inconsequência até onde podem ou chegam, sempre na casa dos iguais. Vivem delírios sob remédios.

Torquemada foi ilógico, e ninguém com essa personalidade poderia ser são. Implacável na inquisição, mas absolutamente desconexo, por falta de raciocínio, afasia, quando encadeamento de ideias lógicas já circulavam na idade média, demonstradas suas certezas. A simples observação de causa e efeito se torna singela para a mediana inteligência. Ninguém é advinho de expressões inscientes e insuficientes, nem contradita, como Torquemada, discussões acadêmicas sérias.

Ninguém tem asas para voar no vazio, a águia voa alto com suas enormes asas, sobrepaira acima de todas, e é respeitada não só por ter asas, as aves todas têm, mas por enxergar à distância, poderosamente e ter poder de ação alongado e fulminante.

Torquemada, um dos mais importantes inquisidores da Inquisição Espanhola, século XV, baixa idade média, prendeu, torturou e condenou milhares de judeus, fez de muitos cristãos novos, coercitivamente, para continuarem residentes na Espanha.

Morreu em Ávila, cidade de Thereza D`Avila , a Santa Maravilhosa que inspirou uma das maiores obras do mundo, de Bernini, visível em Roma, o “Extase de Santa Thereza D`Avila.”

Torquemada era cruel na sua crença afásica, ilógica, e a dizia EM NOME DE DEUS.

Foi confessor da Rainha Isabel, e pasme-se, operava por força religiosa, em nome de Deus, o cruel e covarde Torquemada, Bispo católico. São covardes os que atacam quem não tem como se defender, como não tinham os cientistas da época, mortos de forma hedionda. São assim os tempos, as eras, a humanidade. Mudam só os séculos, as pessoas continuam com seus perfis maniqueístas, cruéis e covardes. Imagine-se o raciocínio tamponado e recluso nas idiotias que negam a evidência e os sentimentos, e se colocam na afasia máxima. Nada melhor que a internet para essa aferição.

Nessa toada, de outro passo, a condenação do tal Vacari, quinze anos, mostra o confronto da evidência com o ato confessional múltiplo, prova procedimental considerada "rainha das provas". Negar a evidência não é conveniência, é “burrice” diante da “colaboração premiada”, que reduz a apenação. É a pena da tortura a si mesmo imposta por um Torquemada algoz de si mesmo, no "petrolão".

A infidelidade se situa nos reais mentores da “bandidagem” ficarem em silêncio, sofrendo os prepostos somente, mandatários, preservados os mandantes, detentores de encastelamentos e diplomas adquiridos, em seus palácios intocáveis, como os "corleones" na sagrada montanha sicíliana, mafiosa, abrigando por anos os "dominus" como Bernardo Provenzano, agora preso. Ardam nas fogueiras por eles montadas os idiotas.

A evidência é a única razão de sermos gente, por ela, com inteligência concedida para situá-la, conhecemos o que nosso Deus nos deu como possibilidade de receber e observar a Lei Moral de seu Filho, Jesus de Nazaré.

“O Idiota”, livro de Dostoiévski, sinaliza o destino do príncipe Michkin, pessoa destituída de malícia, de qualquer maldade, que se sente seduzido e apaixonado por linda e contraditória mulher, Natascha Filipovna. O drama da condição humana se revela, a dúvida entre o bem e o mal, o desejo e a renúncia, o altruísmo e o apego a certos credos.

É o que ocorre com a política, uma paixão servida pelo interesse que criou ponte para os sonhos, ainda que pequenos, e nega-se o banditismo confessado que teceu e criou teias de enredamento, e alguns sofrem por isso, quietamente, em prol dos idealistas da covardia.

É triste ser surpreendido pelo que se esperava salvador eticamente e raia pelo pior moralmente, e resta como demonizado e personalista. Quando se acena para o coletivo e pelo ilícito se reserva o mínimo para as pessoas e tudo para si, mesmo os apaixonados se sentem traídos, mas silenciam, por vezes por medo, como na “Omertà” italiana, onde quem não silencia é silenciado, princípio mafioso. A idiotia considerada por Dostoiévisky ensina que os idiotas estão em patamar diverso, desconhecido pela higidez.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/09/2015
Reeditado em 24/09/2015
Código do texto: T5389789
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