Dia cinza
Acordei com o barulho da chuva batendo em minha janela. Lá fora estava frio, o dia cinza, sem cor, sem vida. Aqui dentro, do mesmo jeito, tudo gelado e sem forças.
Mantive-me deitado, enrolado nas cobertas que deixavam aquecido meu corpo, mas não conseguia me aquecer por dentro. Minha mente, uma completa confusão. Senti-me um pouco perdido. Ou melhor, completamente.
Hoje foi um dia em que a saudade se instalou em mim assim como o inverno chega tão rigoroso certas vezes. Os flashs que vinham em meus pensamentos era igual aos ventos frios de inverno, que nos corta ao se depararem com nossa pele.
Não tive um motivo específico para ficar assim, mas vários que vieram a tona de uma só vez.
Machuquei-me muito enquanto permaneci ali, imóvel, me remoendo. Mas decidi tentar, arriscar a sair daquele inverno tenebroso que estava se instalando mais forte a cada segundo que permaneci deitado. Dei o primeiro passo ao me levantar, lavei meu rosto, tomei o meu café e sai.
Entrei em uma casa, na qual dizem que é a morada do Senhor, aquele que sempre nos acolhe e nos acalma. Entrei para conferir. Não me arrependi.
Senti uma paz me invadindo lá dentro, meu interior começou a se aquecer. Sai de lá mais calmo, seguro e em paz. Percebi que ao meu redor as coisas ganharam vida novamente. Me deitei quando cheguei em casa. Peguei minhas cobertas, me cobri. Dormi.