Palavra Chique

De vez em quando eu aparecia no Edifício Continental, no Centro dio Recife, onde funcionava o escritório (a toca) do saudoso jornalista José do Patrocínio Oliveira que era mais conhecido pomo Zé do Pato. Foi correspondente da FSP, Globo e Estadão, além de grande jornalista do Jornal do Comércio.

Era um especialista na língua portuguesa, elaborou até um manual do redação para o JC. Tirava qualquer dúvida do português. Era o cão chupando manga na matéria. E pesonagem de alguns causos engraçadisíssimos.

Um deles ele sempre recontava rindo muito porque dizia respeito a sua iniciação nos mistérios da nossa língua pátria. Aconteceu quandoele ainda era garoto, mas já se interessava pelo português. Gostava de decorar toda palavra que ouvia, achava difícil, não sabia o significado mas, pasmem, usava-a em qualquer frase. Um dia ouviu a palavra "marafona" e ficou excitado para usá-la.

A oportunidade surgiu quase imediatamente, o seu pai, um sujeito muito severo e religioso, mandou-o dar um recado ao padre de Brejo da Madre Deus, onde moravam, dizendo que faltaria à reunião da Igreja porque ia viajar para Caruaru.

Chegando à casa do padre, o sacristão disse que ele não estava, Zé do Pato então disse para o sujeito: - Como o padre não está, você me chame a "marafona" irmã dele que eu quero dar um recado do meu pai". A irmã do padre, uma beatona invicta, pilar da religião, ouviu a tal palavra chique que ele estava utilizando pela primeira vez. A dona ficou branca que nem uma parede, puta da vida, na hora que nem caldo de cana xcorreu para contar ao pai do garoto sem-vergonha. Resultado, quando chegou em casa levou uma dúzia de bolos (seis em cada mão), mas aprendeu o significado da palavra.

Dizia rindo que esse foi o maior incentivo que teve na vida para aprender português. Hpá outros causos arretados dele. Depois eu conto. Inté..

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/09/2015
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