METENDO A MÃO NA GRAXA
METENDO A MÃO NA GRAXA
A louça aos sábados depois da janta são minha predileção, assim como nas segundas, quartas e sextas-feiras, por 30 minutos, recolho-me sob o meu chapéu pensador que é invisível, diferente do chapéu do Professor Pardal.
Hoje enquanto a água corria pelo ralo lembrei-me que nesta segunda-feira terei que revisar as graxeiras, embora tarefa marcada na agenda de papel sempre acabo esquecendo, por sorte no máximo duas vezes tive que meter mão na graxa.
Por conta da leve reflexão veio-me as vezes que assisto a passagem na avenida dos caminhões papa-bostas. Deve ser humilhante ter que chamá-lo e mais ainda que o vejam estacionado em frente de casa e muito pior, quando o operador liga a bomba em baixa rotação parecendo que vai destruir o quarteirão.
Na praia assisti um papa-bostas em operação no edifício em frente, acelera, acelera e nada até que o operador dá o diagnóstico:
- Não há solução vocês terão que reconstruir as tubulações.
Hoje depois de algumas exposições de pontos de vista eu tive a mesma impressão:
Não há o que fazer, terão que refazer a escrita, revitalizar os recursos e retirar as cataratas oftálmicas que cobrem o discernimento.
A coisa está tão ruim que já ligaram o esgoto na entrada de água potável, sei lá, virou um carrossel, carrossel da bosta.
Fica a dúvida na origem dos entupimentos, se da bitola inadequada dos encanamentos, dos dejetos incompatíveis com a rede de esgoto ou se falta de manutenção preventiva.
Tive um professor que sempre dizia que os problemas sempre começam pela atitude das pessoas e elencava três fatores que nem sempre aconteciam ao mesmo tempo:
- Falta de conhecimento;
- Má vontade; e
- Falta de competência.
Acrescento a falta de prevenção, aliás, a falta de prevenção quase sempre fará com que nossas mãos avancem para depois da graxa.