DE ONDE ELE VEM E PARA ONDE ELE VAI? 20h27min.

O cotidiano vai sempre escrevendo sua “história”. Esta figura enigmática, quase sempre um dia sim um dia não “aparece” no nosso portão, normalmente já vem com algumas latinhas num saco, que já fazem algum barulho ao descer pela nossa rua...

Chega normalmente bem de manhã, e “grita” defronte ao portão: Bom dia! Bom dia! Fazemos um sinal pela janela para que espere um pouco, vamos até a lavanderia, apanhamos algumas latinhas, - que já estão numa sacola a sua espera - nos dirigimos até ao portão retribuindo o bom dia, normalmente repete que Jesus abençoe; recentemente soubemos o seu nome, - Alaor- hoje perguntamos sua idade, - pensamos que tivesse mais - respondeu que tinha 49 anos...

Se já tivesse completado 65 anos, poderia ter um salário mínimo de ajuda por parte do governo, para ajudar em suas necessidades...

Já faz algum tempo que teve um AVC, e como conseqüências afetou um dos olhos e muita dificuldade de locomoção; na segunda feira apareceu com um carrinho de criança, que achou no lixo, ao invés de carregar as latinhas num saco às costas, acomoda no carrinho, que torna mais suave o seu fardo...

Hoje quando já ia saindo, perguntei se aceitava uma garrafinha com água, disse que sim, voltamos até a cozinha colocamos água na garrafa, e levamos com uma banana, pois a maçã reluta em aceitar, pois não dispõe de dentes; quando já estávamos chegando quase no portão, parou um carro e o chamou e deu a ele dez reais, com mais o que demos a ele, esboçou um sorriso de felicidade, pois ficamos sabendo que é preciso juntar 84 latinhas para dar um kilo, pelo qual recebe apenas três reais, o nosso país é campeão mundial em reaproveitamento das latinhas: 96%...

Não deixa de ser o “retrato” do cotidiano, que se faz presente entre nós, que nos compete tão somente ajudar, com algumas moedas, e um sorriso de bom ânimo, para que o seu “fardo” se torne mais suave...

De onde ele vem e para onde ele vai? Isto não é o mais importante, mas, sim tê-lo na condição de um “irmão”, que tem as necessidades como as nossas...

Isto nos leva a refletir ponderar, a construção de um mundo mais solidário, “sair” um pouco mais, das “correntes”, que às vezes nos “prendem” tão somente ao circulo familiar; vem-nos a mente a parábola do Bom Samaritano, se comoveu com a dor do próximo, ajudou, serviu e passou... 21h03minn.

Curitiba, 19 de setembro de 2015 - Reflexões do Cotidiano – Saul

http://mensagensdiversificadas.zip.net

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 19/09/2015
Código do texto: T5387965
Classificação de conteúdo: seguro