Além de um presente

Há alguns dias fui presenteada com um objeto do meu desejo. Surpreendente e surpreendida. Não que ser presenteada seja algo ausente em meus dias, pelo contrário. Nem que o objeto seja algo inusitado ou quase inacessível ou fantástico, apesar de ser realmente maravilhoso!

A surpresa se deve ao inesperado. Ao desejado. Não apenas ao desejo de possuir o objeto, mas ao desejo de ser lembrada e querida e alvo da gentileza de uma pessoa extremamente especial.

Porque a alegria de ser presenteada está além do valor material do bem recebido. A alegria, o deleite, a felicidade está também no simbolismo do gesto, da atitude, da lembrança. Saber que aquela pessoa pensou, planejou a ação, utilizou o tempo e esforço em busca da realização de um ato para proporcionar a mim o prazer e alegria, eleva-me à condição de alguém que é importante para outro alguém! E é nessa condição que mora a felicidade e traz a alegria de viver. Que aquece o coração. Que adula, afaga, acarinha a alma. Que modela os sentidos em alinhavos coloridos perpassados de esperanças. Que gera momentos incríveis de bem estar, de gestos que dispensam palavras, de lembranças eternizadas na mente. E em sementes de ausência de tristeza e presença da riqueza. Não a riqueza da ostentação e luxo, mas a riqueza das coisas essenciais, ideais, que fazem sonhar, sorrir e até chorar. Porque quando o objeto não mais existir, o sentimento do bem querer permanecerá! Para sempre.