VIDA E CRUELDADE.

Quem consegue afastar seu traço de crueldade que se associa ao seu péssimo vagar pelo mundo, ao seu medonho caráter, repugnante? Ninguém.

Ontem minha mulher se referiu a uma pessoa: “ela é cruel”.

Como não me permito ignorar simplicidades fiquei sem nada dizer. Minha mulher é altamente centrada, basta dizer que foi professora de cegos. Ela estava certa. O mais significativo é que esse traço e sinal de crueldade na conduta em vida, com tudo e todos, fatos, acontecimentos, relacionamentos, obrigações, deveres, imposições morais e sociais, a pessoa cruel não percebe, por conveniência. Por quê? É seu código pessoal, para a pessoa cruel é normal, embora veja outros se conduzirem de forma absolutamente diversa.

Chega mesmo a aplaudir essa conduta de outros que não adota e nunca adotou, de solidariedade, assistência a quem precisa, bondade, amor verdadeiro, nunca interesseiro, disponibilizado sem condicionamentos. O egoísmo não abre nenhuma fresta para um olhar de bondade.

Quem é cruel é cruel, sempre será, ainda que vista uma máscara, sua crueldade é latente, em algum instante se revelará. Nasceu assim e assim morrerá, embora seja pessoa passante errante, um tanto ou bastante demonizada, sem muitas percepções pois é seu DNA. Se pensa situada, mesmo assim, e vive um mundo diverso do real de bondades, do bem. Mas não viverá inteiramente feliz, nunca, a própria vida a punirá, torna-se evidente.

Olhem quem assim se porta, se está ou esteve bem emocionalmente e socialmente. Nunca, sua vida é um atalho entre o necessário e o digerível segundo seu pessoalismo ególatra, que não abre portas para ninguém, parentes, amigos ou outros. Seu mundo é o “eu”, um paupérrimo “eu” que violenta a si mesmo.

Não precise dessa pessoa, nunca. Você para ela é um incômodo.

Os mais próximos, dependentes, conhecem ou conheceram sua crueldade por omissão, alguns com severidade, e resultados desastrosos, e mesmo com próximos, visíveis a antipatia, a indiferença, e conforto pessoal para com outros, que não conhecem ou não conheciam seus traços integralmente, por ideias e convicções que de tudo destoam, do mais desejável em costumes, educação e solidariedade. Que não se surpreendam com suas convicções, estapafúrdias e idiotizadas diante do senso comum. São patológicos, não se surpreendem com o contrário, que brota de suas tolices. Que vivam suas demonizações.

São fronteiriços, quase esquizofrênicos, vivem para se suportarem à base de remédios. A sociedade comum os assusta. Que os que estão perto que os suportem, mártires, pois são insuportáveis, quando não criminosos, ou de tanto passam ou passaram perto, com ou sem registros criminais.

Que Deus tenha comiseração dessas personagens repugnantes.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/09/2015
Reeditado em 20/09/2015
Código do texto: T5387711
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