Casa Amarela

No passado, Casa Amarela era considerada o bairro mais populoso do Recife, mas, lembro-me bem como a minha Casa Amarela era tranquila e animada! Com a reestruturação política, em 1988, o saudoso bairro perdeu toda sua área de morros..., exceto o Alto de Santa Isabel, acredito ser por sua padroeira (vide (1)* “Casa Amarela”- III estrofe), enquanto os demais foram elevados à categoria de bairros. Sobretudo, destaco o Morro da Conceição e Alto José do Pinho, que sempre eclodiram em efervescência cultural. São movimentos independentes, verdadeiras riquezas culturais, com a participação de alguns de seus habitantes. Sem apoio dos órgãos competentes aos eventos locais, como consta nas crônicas, livros (livretes), CD’s, etc. Este ano (2015), surge agora um projeto da Prefeitura do Recife em parceria com a Fundação Gilberto Freyre, que contempla a Zona Norte no mapa turístico do Recife, previsto para acontecer até dezembro. Mas, até agora isto não saiu do papel. E, sem pessimismo, ao meu ver estão querendo é aparecer, pois a realidade deve ser dita face a qualquer propaganda enganosa. É o meu papel de escritor e de cronista social, defendendo a liberdade de opinião, pois estamos cansados de tantas promessas dos governos municipal, estadual e federal.

Enfim, termino esta crônica com a música Casa Amarela:

Casa Amarela

I

Recife cidade linda

De uma natureza infinda

Do nordeste do meu Brasil

Tens um subúrbio afastado

Por Deus belo abençoado

Com tantas belezas mil:

II

Casa Amarela, ô,

Casa Amarela

Terra das morenas belas

Onde nasceu a minha ilusão

Casa Amarela

Não é por ser onde moro

É o lugar que eu adoro

Com todo o meu coração.

III

Tem na subida da ladeira

Uma santa padroeira

A virgem Santa Isabel (1)*

Onde o sambista apaixonado

Faz seu samba ritmado

A saudação a Noel.

Onde o sambista ritmado,/ com seu pinho acompanhado,/ faz sua oração fiel.(de minha autoria anos 60).

Nota - Casa Amarela - I estrofe de minha autoria, acrescentado anos 60. Outras estrofes eram de domínio público (anos 50), em Casa Amarela p. 112 do livro: “Miscelânea Recife”, ed. 2001.

José Calvino
Enviado por José Calvino em 19/09/2015
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