A FOTOGRAFIA E A GUERRA
Em meio ao fogo cruzado ruidoso da guerra, o fotografo registra com seu olhar atento os acontecimentos com toda realidade presente, captada ao apertar o botão de disparo de sua câmera, e aquele instante único em que direciona sua lente se torna eterno nas páginas que contam a história do homem e as guerras.
Ao longo da trajetória em que a máquina fotográfica foi inserida no registro das guerras em seus desastrosos acontecimentos, ela tornou-se ferramenta indispensável, e o fotografo, este “escritor” silencioso que escreve com as lentes de sua câmera, sujeito importante ao denunciar, através da imagem, as barbáries cometidas pelo o homem contra sua própria espécie, daí, os arquivos do tempo contam com uma variedade de fotografias que se tornaram icônicas.
Foi senão em meio ao conflito da guerra do Vietnã que, as lentes do fotografo Huynh Cong, retratou a menina que corria sem roupas fugindo do bombardeio na vila que morava com a família.
Me recordo de uma fotografia de Jeff Widener, que vi pela primeira vez quando adolescente, em uma capa de um livro de Geografia, era a de um homem chinês, em Pequim, que se pusera em frente a um comboio de tanques de guerra como pedido de paz. Aquela imagem, ao primeiro contado, me abrigou num silêncio e, sem a necessidade de palavras, compreendia toda aquela cena.
Há tantas fotografias que tem como registro os horrores da guerra e as flores que surgem no meio da fumaça, dos escombros, da carnificina humana..., como no caso da menina afegã de olhos vidrados, infinitamente verdes, que o fotografo Steve McCurry retratou num campo de concentração no Paquistão.
Agora, mais recente, temos algumas fotografias registrando a fuga desesperada do povo sírio dos horrores da guerra que nos remete ao “espanto” que nos provocaram aquelas outras mais antigas. Entre os registros fotográficos, destaca-se a cena triste do menino sírio debruçado na areia, sem vida, após o naufrágio do barco em que ele e a família juntos, e a outros, tentavam refugiar de seu país de origem.
Outra imagem, que nos desperta outros sentimentos, contrários a esta anterior, é a de outro menino sírio, de um grupo de refugiados, oferecendo biscoito a um guarda, imagem registrada pelo repórter Carlo Angerer.
Observando tantos registros fotográficos importantes ao longo da história do homem, desde a invenção da primeira máquina fotográfica, é um tanto difícil imaginar fazer a cobertura de um acontecimento, especificamente uma guerra, sem fazer uso da imagem, seja em movimento ou estática, para contar os fatos com a realidade presente, sem a intervenção do homem nos rumos da cena que transcorre... Sem nenhuma dúvida, a fotografia é a maior aliada do homem de paz em meio à barbárie produzida pelo homem da guerra.