R e p a r a ç ã o

Há algum tempo li um romance ótimo, "Reparação", de Ian McEwan. Parece que virou filme, mas não assisti. Ele conta o drama vivido por algumas pessoas devido a uma calúnia inventada por uma adolescente. que, por sua vez, passa o resto de sua vida tentando reparar o mal que causou. Uma aula sobre reparação.

Estou tocando neste assunto porque de vez em quando me deparo com pessoas extasiadas apenas com o perdão, algumas da boca pra fora, acham lindo, mas quase nenhuma delas fala que o perdão é apenas uma ação do ofendido, de quem sofreu algum tipo de mal perpetrado por um terceiro. O ofensor pode até se sentir recuperado, mas o ofendiso, hermanos, só perdioa se quiser, e mesmo que faça isso não cessa aí o pecado do ofensor.

Acho que não basta se arrepender e pedir desculpas. É muito pouco, quase nada. Em se trtando de um mal cabeludo, é preciso, sem dúvida, repará-lo. Só a reparação pode libertar a dor de consciência de quem é consciente do mal que fez a outra pessoa. A diferença entre o ato de se descuaalpar e o de reparar o mal não é tênue, é muito grande. Só a reparação, insisto, lredime o ofensor.

Machado de Assis escreveu algo sobre o assunto: "A primeira gloria é a reparação dos erros". Na certa o Bruxo de Cosme Velho entendia que só a reparação é algo digno de respeito.

Mas talvez ainda mais forte, aplicada à luz da reparação, foi o que disse Saramago: "OLhar, ver e reparar são maneiras distintas de usar o órgão da vista. Só o reparar, no entanto, pode chegar a ser visão perfeita". Acho que ele quando fala em reparar pensa em redenção.

No mais, quem não leu, leia o romance. É, como dizemos aqui em Pernambuco, arretado. Juro. Hasta luego (oiu inté).

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/09/2015
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