Polícia - A mesma moeda
Belém, 14 de setembro de 2015.
A Polícia Judiciária (Polícia Civil e Polícia Militar) se sustenta em três bases: ameaçar, violentar e humilhar.
Todo mundo está cansado de saber que nesse país, se você é negro, deficiente mental, pobre ou tatuado, o "bicho pega". Todo mundo sabe que o tratamento dado ao rico é desigual para o pobre.
Todo mundo sabe que a Justiça é cega. Mas o Ministério Público tem olhos muito bem abertos e ouvidos para exercer o controle externo das atividades policiais.
Então, Ministério Público, assuma o que é seu de direito! Não seja conivente com essa "psicologia do medo" que a Polícia carrega na instituição dela. A população já convive com o medo de bandidos. Já não é suficiente?
Chega de discriminação e preconceito! Basta de humilhação, tortura e ameaças!
O Direito Administrativo reza que o policial "limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade (...) em razão de interesse público referente à segurança (...)".
Disciplinar não é humilhar! Não é torturar! Nem é ameaçar!
Há pessoas que sofrem diariamente essa dor psicológica. E apenas por não seguirem um comportamento padrão imposto ou por necessitarem de amparo psico-psiquiátrico.
Os policiais sofrem de uma incrível baixa auto-estima e se valem da farda para dizerem que são alguém. Oprimem através do medo os civis menos afortunados que, se olharem fora da reta, já são tidos como suspeitos.
Vítimas de si mesmos, a Polícia vive com medo (que tenta disfarçar). São, na maioria das vezes, pessoas que por não terem conseguido algo melhor na vida, passam nos concursos e por um salário pífio vão se arriscar aguentando nas costas um colete à prova de balas.
São violentos sim! E essa violência eles aprendem já dentro da corporação! Quanto ao militar, este tem uma falsa crença que toda a sociedade deve seguir a rigidez sadomasoquista a qual eles se obrigam.
Muitos P.M.'s são semianalfabetos devido a escolaridade exigida, que é apenas o ensino médio completo (antigo segundo grau). E dependendo da cor da pele e do terno, eles sabem a quem chamar de "doutor". Poucos são realmente os vocacionados.
Os policiais que alimentam a "psicologia do medo" foram, na sua maioria, crianças que: ou tiveram uma infância difícil ou foram vítimas de abuso. Eles levam para a fase adulta uma "mala" de traumas que, tornando-se Polícia, descarregam seja em quem for: bandido; suspeito; cidadão comum.
Quanto a Polícia Federal, estes têm síndrome de "super-heróis". Praticam operações muitas das vezes em desacordo com o ethos profissional. Esquecem-se dos limites impostos pelo Legislativo e pelo Judiciário. Pensam que seus meios justificam todos os seus fins.
O policial nada mais é aquele que escolheu o outro lado da moeda. Mas não se esqueça! Não se iluda! E não se engane! É apenas a mesma moeda.