Reencontro

A gentileza do mancebo o motivou a abrir a porta do carro, adentrei e ao meu lado ela fechou-se permitindo um friozinho na barriga. A caminho do nosso destino, que a mim foi ocultado pelo termo “surpresa”, conversamos sobre a saudade que viveu por alguns anos entre nossas vidas, como todo bom moço foi atencioso e educado, a cada frase solta acompanhada de um sorriso torto pelos meus lábios medrosos, ele segurava minha mão dando a liberdade de uma dança para nossos dedos, em seguida a beijava com confiança e desvelo. As ruas estreitas daquele bairro vazio pareciam não tem mais fim, só sei que a cada segundo morto minha mente projetava diferentes lugares para a nossa parada, no calor do momento estávamos lá, no tão esperado lugar, confesso; fiz um quê de espanto que até minha própria reação se assustou do momento, mas ali estávamos, ali permanecemos e do momento tiramos diploma, os culpados da saudade jubilaram com a honra de ver aqueles olhos castanhos tão próximos ao meu, havia trilhões de coisas a serem feitas ou pensadas ali, mas somente uma pergunta nadava em minha caixinha das ideias “cadê o amanhã?”, ainda procuro a resposta, entre “razões e emoções” só queria o valor do momento, quis dizer muitas coisas, no entanto, decidi não estragar o instante comprado, não sei o que vem após tudo o que foi, o mancebo não sabe quem eu realmente sou, ele descreveu um alguém que nunca o vi falar, talvez o tempo o diga a verdade a meu respeito, que em prosas ou em divididas tardes de estudos biológicos, aspiro calar minha filosofia com uma pergunta ainda não feita pelo jovem aventureiro.

Teresina, 07.05.15

Marta Santana
Enviado por Marta Santana em 17/09/2015
Reeditado em 22/03/2024
Código do texto: T5385388
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.