Reencontro
A gentileza do mancebo o motivou a abrir a porta do carro, adentrei e ao meu lado ela fechou-se permitindo um friozinho na barriga. A caminho do nosso destino, que a mim foi ocultado pelo termo “surpresa”, conversamos sobre a saudade que viveu por alguns anos entre nossas vidas, como todo bom moço foi atencioso e educado, a cada frase solta acompanhada de um sorriso torto pelos meus lábios medrosos, ele segurava minha mão dando a liberdade de uma dança para nossos dedos, em seguida a beijava com confiança e desvelo. As ruas estreitas daquele bairro vazio pareciam não tem mais fim, só sei que a cada segundo morto minha mente projetava diferentes lugares para a nossa parada, no calor do momento estávamos lá, no tão esperado lugar, confesso; fiz um quê de espanto que até minha própria reação se assustou do momento, mas ali estávamos, ali permanecemos e do momento tiramos diploma, os culpados da saudade jubilaram com a honra de ver aqueles olhos castanhos tão próximos ao meu, havia trilhões de coisas a serem feitas ou pensadas ali, mas somente uma pergunta nadava em minha caixinha das ideias “cadê o amanhã?”, ainda procuro a resposta, entre “razões e emoções” só queria o valor do momento, quis dizer muitas coisas, no entanto, decidi não estragar o instante comprado, não sei o que vem após tudo o que foi, o mancebo não sabe quem eu realmente sou, ele descreveu um alguém que nunca o vi falar, talvez o tempo o diga a verdade a meu respeito, que em prosas ou em divididas tardes de estudos biológicos, aspiro calar minha filosofia com uma pergunta ainda não feita pelo jovem aventureiro.
Teresina, 07.05.15