CUPINS, RATAZANAS E RAPOSAS...

Quaisquer dos bichos citados são pertinentes ao momento que vivemos no Congresso Nacional; há para todos os gostos, e os três servem a cada qual... Cupins, pois devoram a viga mestra, que, cedo ou tarde, poderá desabar sobre todos nós, inclusive os próprios insetos. Ratazanas por se alimentarem dos dejetos, espreitados de esguelha, servindo-se de interesses menores e lucrativos aos seus bolsos, famintos à espera de ofertas, num balcão de vendilhões da Pátria, as Raposas, mais ambiciosas, arquitetam nos bastidores, utilizando-se da raia miúda dos cupins e ratazanas, para usurparem o Poder, no quanto pior melhor... E nós, o Povo, bombardeados diariamente pela mídia, nos lembrando os desastres e a Crise, tirando o sono de empresários honestos assistindo despencarem seus negócios, e de trabalhadores, temerosos de perderem o emprego e a dignidade... Todos clamam pela Reforma Fiscal, mas ninguém abre mão de nada, Estados mais fortes em favor de uma federação mais equânime, por exemplo, numa justa distribuição dos dividendos, mantendo-se paraísos cercados de desertos, de famélicos e estropiados. Impostos escorchantes estaduais a minarem os recursos dos contribuintes, com a contas espetadas nas costas do Governo Federal, como se responsável, único, pela carga sobre os indefesos contribuintes ( vejamos o peso do ICMS em todos os setores, da alimentação aos serviços das concessionárias de energia elétrica, telefonia, gás encanado, vendas de máquinas, até de consumo de produtos de uso pessoal, filando a grana de todos, num sumidouro voraz, sem mencionarmos os impostos municipais, incidentes sobre os serviços, o IPTU, e o famigerado IPVA, estadual e municipal, não satisfeitos temos ainda os pedágios, as taxas diversas... Acontece que Imposto ninguém gosta, pois é imposto, no dizer, acertado de FHC. A proposta, sempre antipática, por ser um acréscimo de sacrifícios, do retorno da CPMF, dessa vez destinada aos cofres da Previdência, e mais recursos distribuídos a Estados e Municípios. A Previdência, em nosso sistema, alimenta-se das contribuições dos ativos para o sustento da Caixa de inativos e pensionistas. Quando aumenta o índice de desempregados, a balança pende negativamente, necessitando de recursos de outras áreas para se equilibrar, mas o problema, crônico, não apenas nosso, são de todos os Países, principalmente com a perspectiva de idade mais longeva da população. Enfim, caberá sempre, a qualquer governo, a tarefa intragável de impor sacrifícios à sociedade, sempre em favor da própria sociedade. Enxugar a máquina do governo são também medidas necessárias, até pedagogicamente...