M a t u t a n d o

O homem gostava de aproveitar as noites de insônia para refeletir, jogar conversa fora consigo mesmo. Julgava-se um livre-pensador e ora acreditava noutro plano de vida, ora achava que morreu, acabou, fim de papo, que não havia nem reencarnação e nem vida eterna, nem tampouco purgatório ou inverno, que o Céu seria uma fantasia.

Mas cadê a certeza de qual das duas opções era a mais correta? A primeira requeria fé e ele só tinha fé pela metade. A segunda lhe metioa medo. Era daqueles que não raro pensava: o carinha passa dificuldades, se esforça para ser honrado e depois morre e não tem nenhum prêmio? A outra vida, o Céu, se lhe afigurava uma justa recompensa. Não ter nada disso, a vida se extinguir com a morte era uma injustiça.

Estava deitado na cama, olhos abuticados, o sono não dava nem sinal de que iria chegar. E ele pensando, matutando, fazendo ilações. Chegou a pensar: - E se não existisse nada, o que existiria? Só um buraco negro? Riu, ora é claro que se anão existisse nada não exitiria Deus, Ele só existe porque existe o universo. Ficva com dedo desses pensamentos. Mas o que mais o impressionava era a situação do ateu. Ele só lucrava. Por quê? Simplesmente porque se fosse um ateu correto, digno, honesto solidário, quando morresse, se existisse outro plano de vida, ele iria para o Céu ou que nome tivesse essanova vida, afinal o julgamento se prendia a correção de vida terrena. E, se não existisse outra vida, o ateu não teria prejuízo porque não acreditva mesmo nela. Mas ele tinha medo de ser ateu. Não era ateu por medo.

Rebolou na cama, estava ficando cansado, então graças ao bom Deus, dormiu. E sonhou que estava no Céu. Um sonho bom para auma noite de insônia e de conversa mole cinsigo mesmo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 15/09/2015
Código do texto: T5383323
Classificação de conteúdo: seguro