A Festa

Resolveram aparecer mais pessoas do que eu esperava.

Nem todos foram convidados por mim, mas pouco importa.

Entraram e me cumprimentaram, dando-me "parabéns".

"Parabéns?" Parabéns pelo que?

Não houve nada demais, não foi nada especial. Fiz o que todos já fizeram. Porque parabenizam a mim?

'Como está?' alguém em especial me perguntou.

'Na verdade, eu não sei. Sinto que estou sumindo.' respondi.

Ele riu e me deu dois tapas amigáveis no ombro e foi se juntar aos outros na sala.

Olhei-os de longe. Estavam conversando, cantando, dançando. Felizes, encantados por estarem ali desfrutando do momento.

Eu?

Nem um raio de alegria.

Aquilo não tinha sentido, eu não entendia.

Não entendia o porque de estarem alegres. O que havia de especial nesse dia? No que fiz?

Afastei-me. Fui em direção à sacada.

Já era noite e o céu estava limpo. Podia ver algumas poucas estrelas que não foram ofuscadas pela luz da cidade. Entretanto, não podia ver a Lua.

Subi o balaústre e sentei-me ali, olhando para o vazio. Eis que veio alguém às minhas costas, pousou as mãos sobre meus ombros e disse numa voz gentil.

'Parabéns.'

Olhei por cima dos ombros e vi seu rosto. Pus minha mão sobre a sua, em meu ombro, olhei para frente e sorri.

'Obrigado.'

T K
Enviado por T K em 13/09/2015
Reeditado em 14/09/2015
Código do texto: T5380737
Classificação de conteúdo: seguro