Marianices

Eu e as mil maneiras de ser eu...

Longe de querer me definir, mas na busca de tentar me entender. Impossível não destacar a minha característica um tanto marcante, a verborragia, para não dizer tagarela. Quando eu começar a falar, esqueçam, não saberei quando parar. Não obstante, aquela velha e chata expressão do “eu nasci assim, cresci assim e vou morrer assim” não faz o menor sentido pra mim, ando um tanto resistente no que diz respeito a falar um pouco menos. Há dias em que transcendo uma luz áurea, minha versão alto astral, onde exalo educação e bom humor, o sorriso se faz presente em minha grande extensão bocal (hahahahah) e incrivelmente tenho tido muitos dias assim. Mas há dias em que entra em ação a minha versão mais introspectiva, e não ouse vir me perguntar o que há de errado, vou ficar calada, na minha, é estranho, eu sei, é só uma das minhas limitações, logo que passa...

Aparentemente normal, a minha idade me condena, é provável que tenha nascido no século errado, definitivamente a geração Y não me representa, minha alma é X. Permita-me parafrasear o Pe. Fábio de Melo quando diz, “meu corpo é moderno, mas minha alma é antiga”, e de fato minha alma não condiz com a modernidade em que vivo, eu tenho o dom de me encantar com as coisas simples, e sempre que posso me desligo desse mundo, menos barulho, menos carros, menos whatsapp e facebook, menos correria, menos funk, menos poluição, mais calmaria, mais brisa no rosto, mais face a face, mais ar puro, mais MPB, mais tranqüilidade. Vez ou outra você irá me encontrar melancólica, um pouco sensível, serei capaz de chorar se souber me tocar, mas no outro dia poderei ressurgir fria, segura e rígida, você deverá se acostumar com minhas inconstâncias.

Caso tenha paciência poderá conhecer o meu melhor, irá me enxergar melhor do que sou, mas se estiver com muita pressa vai levar de mim minhas muitas arestas, se eu fosse você eu adoraria me conhecer, porque mesmo sendo eu, ainda sou capaz de me surpreender, acredito que a Clarice conseguiu genericamente me definir quando diz: “Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.” Eu e as mil maneiras de ser eu...