AOS JOVENS ARRAIANOS

Na flor da idade é riqueza e bonança

NÃO TE ESQUEÇAS QUE DEPOIS DA AURORA

VEM SOL FUSTIGANTE O ACERTO E COBRANÇA!

NÃO RIAS DO FRACO, DO HUMILDE ANDARILHO

DO POBRE DESCALÇO, DO CEGO E ALEIJADOS

Os anos dourados que vivis agora

AOS TOMBOS ANDANDO, OS OLHOS SEM BRILHO

JÁ SOFRE O BASTANTE O POBRE COITADO!

Não precisas aumentar o seu sofrimento

Já carrega a cruz que deus lhe deixou

Amparas e proteja, alivias o tormento

com a força e saúde que o pai te doou!

Zombar dos velhinhos, senis alquebrados

É vil, é maldade , é cruel desprezar

Os mesmos caminhos por eles andado

Na frente cansados também vais trilhar!

Lembra-te enquanto é cedo, tudo, tudo...

O tempo se extingue, inexorável e mudo

Ao contrário do bem, que excelso arde

Da vitória do amor e da compaixão

Da nobreza de servir de coração

Antes que a dor te abrace, lenta e tarde...

A roupa que largaste em desuso e fastio

Já velha deixaste num canto vazio

Que sirva ao pobre mendigo alquebrado

Que vive de esmolas, sem força, gemendo...

Que passa a noite de frio tremendo

Para que cubra seu corpo gelado!

Veja tua escola com orgulho e louvor

Trate os colegas com respeito e amor

Venere seu mestre, a professora a ensinar

Pois cuidam de ti como seus pais ora ausentes

Vocês são pra eles bombinhas inocentes

São pássaros no ninho , já prestes a voar

Agradeçam teus corpos que o pai lhes doou

A saúde e a juventude que Deus lhe deixou

Procures amizades, corretas sadias

No fulgor de teus anos, que vivas descente

Não sejas maldoso , cruel e valente

Não siga os conselhos de mentes vazias

Não faças das drogas alimento constante

Que transforma o homem em bobo ambulante

Que anda dopado, do corpo ausente

Qual robô desprovido de amor , sentimento...

E aos seus traz a dor, cruel sofrimento

Cometem agruras, como besta não sente...

E os pais já velhinhos, no fim da jornada

O pai já doente e mãe bem cansada

O filho drogado, não quer estudar

Os pais já se foram e sozinho ! demente!

Voou juventude, bem pobre e doente

E sem pai e sem mãe, por quem vais chamar?

Abracem os livros fiéis companheiros

Que são como raios de luz verdadeiros

Que são companheiros, por todo o caminho

Quem vive com eles , sozinho não fica

Promove a cultura a ciência mais rica

Quem anda com eles, não anda sozinho

Que deus abençoe a mocidade querida

Que tenham sucesso na senda da vida

Que o pai te proteja da sorte tirana

Limpando os caminhos dos filhos amados

De nossa senhora fiéis devotados

Que deus te ilumine , “juventude arraiana”

Laerte Rocha
Enviado por Laerte Rocha em 11/09/2015
Reeditado em 20/09/2015
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