Luana

Após ter medo de perder a minha inspiração e ver que não mudei meu jeito por causa do que a Lilian me falou. - Ainda bem, né?

Posso continuar escrevendo sobre você, Luana. Sem lama e sem drama.

Enfim, se amadureço e vejo tudo que eu fiz como um erro, viro um otário de galocha. - E não quero mais isso pra minha vida. É isso que a Lilian, a minha mãe e as pessoas que convivem comigo, não entendem.

Eu quero viver intensamente, eu sempre quis que a depressão tomasse conta da minha vida, pois a depressão te dá uma liberdade que nenhum estado de espírito te dá.

Se eu ficar feliz demais, achar que a vida é bela e ir pelo o que a Lilian fala:

- Você não é o idiota e nem o mongo que você era.

Eu vou crer nisso e vou agir como aquele idiota bobo alegre que eu era quando era adolescente:

Quieto, aguentador de represálias, etc.

E não quero mais isso pra minha vida, não, Lilian. - Desculpa.

Prefiro ser aquele que grita, que xinga e que corta os pulsos, do que, ser aquele que você vê. - Você me vê, como aquele menino de 15 anos.

E isso, é até legal da sua parte. Pois pelo menos, aquele Victor não transparece ser uma pessoa ruim, mas o medo de virar o otário que eu era novamente, é maior do que a vontade de mudar.

Se eu amadureço, Lilian, sobra de mim, o ''Vitão Dougado''.

Sim, esse apelido eu ganhei quando o Leozinho tacou giz na minha cara.

Eu sei, que, você não tentou me alienar. Mas tentou me mudar pra eu ser aquele otário novamente.

E eu, não quero mais isso pra minha vida, Lilian. - Desculpa!

E eu tô apaixonado pela sua secretária também, viu?

Já sou aquele Victor quando a vejo, aliás. Pois, prefiro soar frio, passar mal e ficar de cabeça abaixa do que falar pra ela isso.

Pois, eu tenho que pôr no meu lugar, mas não preciso respeitar as pessoas que tentam fazer isso por mim.

Se eu ser o Victor que você quer que eu seja, Doutora. Quem vai sofrer sou eu. - Não é você.

Então, seja a minha amiga. - Mas não tente me mudar.

Deixe do jeito que está.