Floresta dos Navio

Minha saudosa mãe era de Floresta do Navio, Sertão do Pajeú, em Pernambuco. Saiu de lá ainda mocinha, mas nunca esqueceu a sua terra natal. Gostava demais de contar histórias do passado na sua terrinha.

Fui a Floresta duas vezes. A primeira ainda menino de calças curtas com minha mãe. Fomos visitar a família dela porque seu pai falecera recentemente. Uma viagem longa porque naquele tempo as estradas eram de barro batido. Fiqueiimpressionadocom a cidade. A segunda fui 50 anos depois, junto com um amigo advogado que tinha uma causa naquela cidade. Não constatei muitas diferenças, era quase a mesma cidade que impressionara o menino, muito parecida com a Macondo dos "Cem Anos de Solidão"! de Garcia Márquez. Aquela cidade meio que parada no tempo, com aquelas árvores, os Tamarindos, aquelas casas antigas com redes no alpendre, aquele silêncio, a Igreja Matriz, parecida mesmo com o que li no romance do escritor colombiano. Só faltava as borboletas. Gostei ainda mais na segunda visita.

Dia desses, estava num café com amigos, todfos eles viajados. Eles conversavam sobre várias cidades estrangeiras, Paris, Veneza, Barcelona... E eu calado, també, pudera!, nunca botei os pés fora do Brasil, e do patropi só passei uma semana em Salvador e alguns meses em Fortaleza. Era um papa que anão me dizia respeito, mas aí um deles, acho que por gozação, me perguntou em que cidade eu desajaria passar uma temporada. Fui franco: - Em Floresta do Navio!. Imaginei as risadas. E, no entanto, eu disse a verdade. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/09/2015
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