DE NEGRO TARADO A NETO
Ysolda Cabral
Alexandre, negro de sorriso franco e bonito, orgulhoso da cor da sua pele, gozava o seu primeiro dia de merecidas férias. A praia de Boa Viagem estava linda e convidativa, mas o meu amigo e colega de trabalho, não se arriscava ao mergulho, por mais que suas ondas, sedutoras, lhe tentassem. - O tempo ainda estava frio.
Contentando-se em ficar no calçadão, aproveitava para apreciar a bela vista, e o desfilar de bumbuns, nus e sarados, das moças loiras e casadoiras que, caminhavam para lá e para cá, arriscando-lhe olhares de soslaio. Contudo, Alexandre, é casado e sabe que não pode nem pensar na possibilidade de uma ''diversãozinha'''. – A esposa é cem por cento ''diligente'' e o tempo todo, sem canseira, isso desde que se conheceram. - Ele que se atreva a não respeitar os votos matrimoniais, brava do jeito que ela é!...
De repente, não mais que de repente, no meio daquilo tudo, uma exceção se faz, requerendo uma atitude imediata do meu amigo que, sem pestanejar, se lança calçada adiante, agarrando pela cintura, uma senhora de 85 anos, aproximadamente. A segura firme e fortemente, junto ao seu corpo, e não larga de jeito algum!
Ela grita, esperneia e o xinga de negro tarado, sem-vergonha, filho dessa e filho daquela. Os caminhantes banhistas, ou não; as moçoilas de bumbuns de fora, todos muito assustados, param para saber o que estava acontecendo e a razão de tanta gritaria e xingamento. Até que a luz se faz: do outro lado da avenida, um cachorrinho sorrindo, rabos alegres e repetidos, da travessura de se soltar da coleira e correr, entre os carros, em movimento, para o outro lado da avenida, se exibia inocente do risco que correra e o risco de sua dona, se não fosse pelo ''negro tarado''.
A velha senhora, liberada dos braços salvadores, entendendo que lhes devia a sua vida, abraçou e beijou o meu amigo, lhe chamando de ''meu neto'' e lhe convidando para ir até sua residência tomar uma água, um café...
Não sei se Alexandre aceitou o convite e a adoção tão repentina e imediata...
Perdi-me do rumo de sua prosa, ao conjecturar o que os familiares de sua ''terceira avó'', se iguais a ela, iriam achar do novo membro da família.
- Não sei se sou muito realista ou desconfiada mesmo...
Contentando-se em ficar no calçadão, aproveitava para apreciar a bela vista, e o desfilar de bumbuns, nus e sarados, das moças loiras e casadoiras que, caminhavam para lá e para cá, arriscando-lhe olhares de soslaio. Contudo, Alexandre, é casado e sabe que não pode nem pensar na possibilidade de uma ''diversãozinha'''. – A esposa é cem por cento ''diligente'' e o tempo todo, sem canseira, isso desde que se conheceram. - Ele que se atreva a não respeitar os votos matrimoniais, brava do jeito que ela é!...
De repente, não mais que de repente, no meio daquilo tudo, uma exceção se faz, requerendo uma atitude imediata do meu amigo que, sem pestanejar, se lança calçada adiante, agarrando pela cintura, uma senhora de 85 anos, aproximadamente. A segura firme e fortemente, junto ao seu corpo, e não larga de jeito algum!
Ela grita, esperneia e o xinga de negro tarado, sem-vergonha, filho dessa e filho daquela. Os caminhantes banhistas, ou não; as moçoilas de bumbuns de fora, todos muito assustados, param para saber o que estava acontecendo e a razão de tanta gritaria e xingamento. Até que a luz se faz: do outro lado da avenida, um cachorrinho sorrindo, rabos alegres e repetidos, da travessura de se soltar da coleira e correr, entre os carros, em movimento, para o outro lado da avenida, se exibia inocente do risco que correra e o risco de sua dona, se não fosse pelo ''negro tarado''.
A velha senhora, liberada dos braços salvadores, entendendo que lhes devia a sua vida, abraçou e beijou o meu amigo, lhe chamando de ''meu neto'' e lhe convidando para ir até sua residência tomar uma água, um café...
Não sei se Alexandre aceitou o convite e a adoção tão repentina e imediata...
Perdi-me do rumo de sua prosa, ao conjecturar o que os familiares de sua ''terceira avó'', se iguais a ela, iriam achar do novo membro da família.
- Não sei se sou muito realista ou desconfiada mesmo...
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Recife-PE
5a. Feira
Em 10.09.2015
Recife-PE
5a. Feira
Em 10.09.2015