Sinais da primavera já marcam o nosso cotidiano, a chuva das flores despencou altiva, molhando a terra ressequida, animando o verde das plantas, que nos presenteia com o brilho da esperança. O sentimento também é de alívio, praticamente, vencemos as dificuldades do inverno, passamos o fatídico agosto. É nesse clima que esperamos por soluções duradouras para o país. Que sofre desgovernado. Atropelado por um projeto frio e desconectado da população. O cidadão clama por educação, justiça, trabalho,.., consideração dos nossos políticos com a nação, quer comemorar a sua independência há quase dois séculos, mas, maquiavelicamente, a festa vem sendo adiada.
Por alguns instantes, os protagonistas do poder político, nos seus diversos níveis, executivo, judiciário e legislativo, bem como as instituições participativas que auxiliam na fiscalização das políticas públicas, poderiam observar a chuva, ouvir seus pingos molhando a terra, quem sabe, assim, pudessem sentir essa umidade no coração. Quem sabe, de seus íntimos, florescessem ideias carregadas da simplicidade das gotas de chuva.
Se parassem, por instantes, se os políticos desprendessem das amarras da ganância, se contentassem com os seus salários exorbitantes, tão diferenciados dos recebidos pelos brasileiros, se ouvissem o barulho da chuva, talvez pudessem receber um prêmio capaz de apaziguar os seus neurônios, de equilibrar as suas atitudes. Pois os brasileiros estão esperando mais alegrias na vindoura primavera, não esperam que baixem os seus salários, mas que, apenas o valorizem e se contentem.
Que a primavera chegue com a libertação dos cidadãos, com mais gestão, sem mais impostos. Que os órgãos de fiscalização e controle respinguem chuva de assertividade, que mudem os rumos perdidos e promovam a independência que almejamos. Pois os brasileiros estão esperando, ouvindo os chuviscos da esperança, preparam os vasos para colher muitas flores. O sentimento perfumado da promissora primavera exala pelos ares do Brasil.