Fidelidade, a base de um relacionamento.

Semana passada alguns comemoram o Dia dos Namorados. Muito ouvimos sobre o assunto relacionamento. Então nos venho a decisão de ser mais uma voz a ecoar nesse universo de idéias e fatos.

Sempre escutamos de que a traição, ou se você preferir a infidelidade, é a grande vilã que ronda os relacionamentos estáveis. Creio que com isso todos concordam, mas existem outras idéias ou teorias sobre o assunto e não existe um consenso entre as pessoas. Entre essas idéias, teorias ou ditos populares temos uma que diz que o homem precisa se envolver com várias outras mulheres, pois tem uma produção de sêmen infinitamente superior à produção de óvulos pela mulher, e, por isso, tem de “descarregar” pois o acumulo desse material pode prejudicar a sua saúde. Uma outra diz que é muito mais grave quando a mulher trai porque ela se envolve emocionalmente com o outro e para o homem essa relação extra-relacionamento é apenas física.

Existem várias outras idéias sobre o tema e eu não quero, nem tenho, a pretensão de ser o dono da verdade ou o seu porta-voz. Contudo, nessa semana ouvi outras tantas que para mim são novidades e que até um certo ponto fazem algum sentido, valendo a pena dividir com vocês. Uma diz que a promessa de fidelidade eterna é um compromisso assumido com base apenas na esperança, afinal de contas somos seres que mudamos constantemente de gostos, opiniões, sentimentos e até de ideais. Não somos hoje o que fomos há um, dois, dez, vinte anos, da mesma forma não seremos daqui a cinco, dez ou vinte anos o que somos hoje e nem sentiremos da mesma forma o que agora sentimos. Por conta disso, como podemos ter a pretensão de afirmarmos hoje o que estaremos sentindo daqui a alguns anos? Como podemos prometer amar alguém pessoa até o fim dos nossos dias?

Por conta da quebra dessa promessa/compromisso, muitos casais se vêem forçados a separar-se. São duas forças, uma interna e outra externa que ficam empurrando de forma inclemente o casal a tomar uma decisão que eles mesmos não querem tomar, mas por uma questão exclusivamente social ele termina o relacionamento, mesmo que eles sofram mais com a separação do que com a quebra do tal acordo.

Dizem também que existem certos tipos de infidelidade que chegam a salvar relacionamentos, posto que de uma hora para outra, um dos parceiros, ou os dois, percebe que ainda vive e passa a sentir uma necessidade de dividir com o parceiro essa energia, esse desejo que ele, ou ambos, achava que já estava morto, mas que entre as cinzas ainda resistia uma pequena faísca precisando apenas de uma leve brisa para reacender o fogo por completo.

Todavia mesmo entre os casais que aceitam essa quebra do acordo, ela nunca ocorre sem dor, sem sofrimento. Cada casal, cada relacionamento tem o seu código de ética. E, dependendo dele, a aceitação ocorrer com mais ou menos dor. Mesmo quando o casal declara aos quatro ventos que está tudo bem, dependendo da maturidade e do entendimento entre eles, a infidelidade pode ser realmente esquecida e servir como ingrediente para que o relacionamento torne-se mais forte ou também pode ficar escondido lá nos recônditos da memória e, na primeira crise, sair da toca e jogar, definitivamente, esse contrato no lixo. Mas como disse antes isso vai depender da maturidade do casal e da forma que esse contrato foi redigido.

Mas o que é a traição? Para alguns será o contato físico-sexual com outra pessoa que não o parceiro oficial, para outros será simplesmente o contato mais subliminar, platônico ou emocional.

Porem, se você esta com uma pessoa interessante e que ache que vale a pena, para que ficar preocupando-se com isso agora? Curta o momento, divirta-se, divida com o parceiro tudo que for possível e que você ache que deva dividir. E façamos como o Poetinha disse há muito tempo: Viva-o em cada vão momento, pois “... assim, quando mais tarde me procure, quem sabe a morte,... quem sabe a solidão, fim de quem ama. Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.

Que vivamos esse momento enquanto essa chama arder, procurando nunca deixá-la apagar. Mas, se o “acaso” assim quiser, que saibamos deixá-lo morrer e logo procuremos novas lareiras, novas lenhas para novos fogos acender alimentando-os enquanto pudermos e tivermos energias para fazê-lo.