Meu Primeiro Cabelo Branco
Hoje tive uma experiência legal, achei que quando acontecesse eu iria desencarnar depois de ter um ataque de pelanca.
Arrumava meus cabelos quando...De repente... Está lá, reluzindo à luz artificial do banheiro um fio de prata contrastado entre os negros fios de meus cabelos, que já tiveram todas as cores da ilusão de Íris, menos aquela cor, que é a soma de todas. Sim... Meu primeiro cabelo branco!
Sorri para o reflexo do espelho e em um lapso de segundo revi toda minha infância, minhas bolinhas de gude, minhas pernas cheias de "perebas", pensei nos amigos que brincaram de mãe da rua comigo: Onde estariam?
Revi o sonho de ser paquita e os olhos do meu primeiro amor; O incrível Ninja Jiraya... Engraçado, não lembrei do medo do escuro, das vozes do além, do nobre bicho papão de botas casaca e peruca. Só os doces encantos de minha juventude anos 80 e 90.
Arranquei o fio, não porque ele me incomodou; procurei a janela mais próxima, abri e me debrucei nela, olhei mais uma vez o branco fio e o soltei ao vento. Agradeci ao Arquiteto a graça de estar morrendo!
Trágico? Oras! Começamos a morrer assim que nascemos, e envelhecer é o estágio mais belo da vida e ainda mais quando se olha para trás e não há arrependimento de nossas escolhas...
Hoje posso dizer aos jovens: Somos resultados de nossas escolhas e só lamentamos a velhice quando na juventude não escolhemos com sabedoria!
Sejam sábios, pois cabelos brancos e rugas na face é destino de todos e ninguém impede que o corpo, veículo do espirito, volte ao seu estado original de matéria orgânica adubando a terra...
Ainda sou a mais bela face de Narciso, porque hoje eu não vi o meu reflexo, vi o reflexo do rio no reflexo dos meus olhos!
Namastê
Luana Dakhirdeva 
 
 
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 07/09/2015
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