La Vérité

Fica mais chiquê, como diria a Consuelo da novela "Babilônia, o título desta maltraçada em français, como ótimo filme de Georges Clouzot, de 1960,com Brigitte Bardot. Mas vamos ao que interessa: a verdade encadeia porque é uma luz muito forte, há até quem use óculos escuros para reduzir a sua intensidade, enxergá-la menos ofuscante, mais ligth.

A verdade dói, e como um estilete fere produndamente, disseca as nossas veias, desintoxicando das mentiras. É uma esspécie de tratamento de choque. Acostumados a mentir, um esporte nacional, a verdade aovivo e a cores nos atordioa, amedronta, rasga a nossa fantasia. E, pior, faz cair a nossa ficha.

Eu tenho um amigo que me diz sempre que prefere a piedosa mentira à verdade cruel porque esta é irreversível. Ele tem um medo danado da verdade. Quase todos temos. Vou até ser muito franco: preferimos viver em medo à fantasia, disfaçando, mentindo a nós mesmos. Mentir virou cultura. É um fato consumado. A verdade, repito, encadeia.

É como dizia Saramago: "O tempo das verdades plurais acabou. Vivemos no mundo da mentira universal. Nunca se mentiu tanto. Vivemos na mentira, todos os dias".

La vérité encadeia paca. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 07/09/2015
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