HOJE PAGAMOS PELA TEIMOSIA DE ALGUNS

As pessoas deixam de escrever por vários motivos, que podem ser por preguiça, ou por não saberem a técnica de combinação de letras, ou sílabas, estas últimas ainda podem ditar, narrar, descrever verbalmente e alguém de boa vontade transcreverá, já as primeiras, creio que até para isto serão preguiçosas, mas também á as de má vontade.

Durante os três primeiros anos da década passada o Estado tentou dar maior atenção as pessoas através da adoção do termo circunstanciado pela polícia militar, assim evitaria o retrabalho nas delegacias, pois aproveitaria o que os patrulheiros escreviam dos fatos, após as narrativas pelas partes envolvidas. A ideia também era desafogar as delegacias, pois confeccionados os BO-TCs, iriam diretamente aos juizados, quando não houvesse a necessidade de perícias ou investigação, que de fato a maioria esmagadora não demandava estas providências.

Nas ruas alguns fenômenos prejudicava a implantação da nova sistemática:

- A ideia de ciclo completo de polícia para todos os fatos, pela polícia militar;

- A máxima de muitos gestores que enchiam a boca para falar sobre o TC, mas quando inquiridos, sobre qualquer parte do fluxo de andamento enrolavam-se, chegando a ser vergonhoso;

- A falta de fiscalização e cobranças, quando os patrulheiros simplesmente recomendavam que as partes fossem até uma delegacia para realizar o registro;

- A falta de recursos humanos;

- A conexão do SIGBM no sistema SIP através de ferramenta de Web Service, por má vontade dos administradores e gestores;

- A míopes de alguns integrantes da polícia civil que pensavam estar perdendo espaços de suas atribuições constitucionais.

- A predileção por fatos mais carregados de adrenalina por parte dos executores.

Assim nestes pouco mais de 12 anos deixamos de privilegiar a prevenção inteligente através do desembuchamento das delegacias e comarcas, bem como dar uma quase pronta resposta as partes, principalmente aos autores, de que a justiça seria célere até para os pequenos fatos e também demonstrando as vítimas que as instituições eram confiáveis.

No âmbito nacional talvez a institucionalização de guardas municipais, com coletes sob as camisas, quepes, gravatas e sapatos para realizar o policiamento preventivo verdadeiramente comunitário, mas não em forma de engodo e assim preencha o espaço abdicado pelas policiais militares e que estas sejam destinadas exclusivamente para os confrontos. Os coletes são indispensáveis, mas não podem ser transformados em armários de mil e uma utilidades.

Claro que ler e compreender esta escrita requer espírito desarmado, mente desprovida de corporativismo e sentimento em sociedade, pois ao contrário somente restará em raiva, raiva contra a escrita, a escrita de quem estava lá e provavelmente o odioso não!

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 05/09/2015
Reeditado em 05/09/2015
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