A LIBERDADE NÃO É AZUL

Há um ótimo filme, de Kieslowski, "A Liberdade é Azul". É lindo, mas a liberdade não tem cor, é incolor porque é um sentimento. Na verdade, a liberdade é mais uma utopia porque não existe a liberdade total, elaq sempre fica condicionada a normas, leis, convenções e circunstâncias, claro.

Mas ninguém vive sem o sentimento da liberdade. É ele que ilumina o ser humano e incita-o a lutar por seus direitos e melhores condições de vida. Sem o sentimento da liberdade estaríamos ainda aturando a escravidão e toda sorte de absolutismo e inquisições. A liberdade é, pois, um sentimento que garante direitos e voz. Um sentimento que motiva rebeldia, inconformismo e transformações.

Cecília Meireles difiniu-a muito bem: "Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".

Adoro também a forma de luta pela liberdade ensina por Geir Campos: "Não canto onde não seja a boca livre. Onde não haja ouvidos limpos e almas afeitas a escutar sem preconceito. Para enganar o tempo - ou distrair criaturas á de si tão mal atentas não canto... Canto apenas quando dança, nos olhos dos que me ouvem, a esperança".

Mas foi o Bruxo de Cosme Velho, Machado de Assis, quem melhor definiu o sentimento da liberdade: "A liberdade não é surda-muda nem paralítica. Ela vive, ela fala, ela bate com as mãos, ela ri, ela assobia, ela clama, ela vive da vida".

A liberdade realmente não tem cor, mas é um sentimento essencial ao homem. Sem ele, o homem não vive, vegeta. E priu.