TENHO SONO

Estamos constantemente nos surpreendendo com os seres, e as vezes aquela coisa de ética parece meio demodê. Certas competitividades infundadas –sim porque nem sempre são como o “competidor” as vê- sempre me causam desconfortos cardíacos. Ou palpitações entristecidas, se você preferir com poesia. Falando em poesia, pra acalmar o espírito resolvi fazer uma pequenina lista de coisinhas acessíveis que me agradam: motoristas gentis, abraços, ganhar livros de presente, promoção de sapatos tamanho 33 e bala de maçã verde. Talvez uma ou outra coisa dessa lista não seja tão acessível quanto espero, mas ajuda. Tem dias que minha preocupação extravasa meus limites, e sou daquele tipo de gente que não dorme. Na tentativa de esquecer as coisas que me tomam a paz, me lembro sempre de me perguntar se tenho sido uma boa pessoa – nem que seja pra mim mesma, no sentido de respeitar aquela que sou quando estou à vontade e também aquela que [ainda, e sempre] almejo ser. Eu não quero deixar de desejar e querer, isso nos impulsiona e o contrário é negar a vida, mas eu adoraria que meus quereres todos entrassem num acordo, e que os dedos que forem apontados pra mim estejam sempre guiados pela justiça. Só assim evitaria desconfortos entristecidos. Tenho sono.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 03/09/2015
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