![](/usuarios/64920/fotos/1106783.png)
HORA DO RECREIO
Ele chega com seu jeitinho cativante e vai dizendo:
— Tia Marina, será que dá pra gente conversar um tiquinho assim?
O tiquinho assim ele marca mostrando uma distância pequena entre o polegar e o indicador. Já sei que lá vem coisa:
— Podemos sim, Bernardo, claro!
— É coisa séria, tá?
— Claro, Bê, eu sei! Você sempre conversa coisa séria.
Na elegância dos seus cinco anos ele me puxa pela mão e enquanto a criançada se esbalda em brincadeiras, algazarras e suores da hora do recreio ele quer conversar. Sentamos num banquinho e abro nosso assunto sério:
— Muito bem, sobre o quê você quer conversar, Bê?
— Sobre os futuros da Empresa...
Levo um pequeno susto, engulo o riso:
— Ah, sim! Os futuros da Empresa! (meu Deus, de onde ele tirou isso?)
— Eu tô com umas ideias muito boas, né? E se você gostar...
Contenho minha vontade de abraçá-lo bem apertado. Sempre tenho que me conter quando ele vem me procurar com suas boas ideias:
— Sim, e quais são suas ideias? Pode falar, Bernardo...
— Eu tava pensando... Que a gente podia fazer três coisas aqui na Escolinha...
— Vamos às ideias, Bê!
— Eu tô querendo fazer um teatrinho de Páscoa com meus amigos (Páscoa, em setembro!). A merenda podia ter caldinho de feijão bem quentinho (o calor tá de matar por aqui). E você podia me pôr na sala da Tia Marília... É que eu acho cabelo preto mais bonito, sabe?
Não resisto, e abraço, um abraço daqueles bem apertados. O que seria de mim sem esse maravilhoso administrador tão preocupado com os futuros da Empresa?
Ele chega com seu jeitinho cativante e vai dizendo:
— Tia Marina, será que dá pra gente conversar um tiquinho assim?
O tiquinho assim ele marca mostrando uma distância pequena entre o polegar e o indicador. Já sei que lá vem coisa:
— Podemos sim, Bernardo, claro!
— É coisa séria, tá?
— Claro, Bê, eu sei! Você sempre conversa coisa séria.
Na elegância dos seus cinco anos ele me puxa pela mão e enquanto a criançada se esbalda em brincadeiras, algazarras e suores da hora do recreio ele quer conversar. Sentamos num banquinho e abro nosso assunto sério:
— Muito bem, sobre o quê você quer conversar, Bê?
— Sobre os futuros da Empresa...
Levo um pequeno susto, engulo o riso:
— Ah, sim! Os futuros da Empresa! (meu Deus, de onde ele tirou isso?)
— Eu tô com umas ideias muito boas, né? E se você gostar...
Contenho minha vontade de abraçá-lo bem apertado. Sempre tenho que me conter quando ele vem me procurar com suas boas ideias:
— Sim, e quais são suas ideias? Pode falar, Bernardo...
— Eu tava pensando... Que a gente podia fazer três coisas aqui na Escolinha...
— Vamos às ideias, Bê!
— Eu tô querendo fazer um teatrinho de Páscoa com meus amigos (Páscoa, em setembro!). A merenda podia ter caldinho de feijão bem quentinho (o calor tá de matar por aqui). E você podia me pôr na sala da Tia Marília... É que eu acho cabelo preto mais bonito, sabe?
Não resisto, e abraço, um abraço daqueles bem apertados. O que seria de mim sem esse maravilhoso administrador tão preocupado com os futuros da Empresa?