DILEMA
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Quem nunca se sentiu em situação crítica, sem saber como livrar-se? Em suma, diante de um dilema? Por exemplo, hoje em dia, diante de tantos assaltos a mão armada, reagir ou não reagir? Teoricamente, já é consenso, não reagir. Aliás, nunca antes na história deste país tem feito tanto sentido a expressão: vão-se os anéis, mas ainda ficam os dedos. Quando não se vão anéis e dedos. Na prática, porém, a revolta é tanta que tudo pode acontecer. Na prática, também, mais do que a “bolsa ou a vida” tem sido: “a bolsa e a vida”. Pobre nação que virou danação. E, como temos visto, a situação tende a piorar.
É o tal caso: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Entre o fogo e a frigideira. Ou entre a espada e a parede. Parede e espada praticamente em sentido literal. Entre a cruz e a caldeirinha; entre a cruz e a água benta. Alô, alô, carioca, “pra variar estamos em guerra”, guerra encarniçada entre bandidos e polícia. Basta estar atento aos meios de comunicação. Programas especiais e especializados de televisão fazem a cobertura, diariamente, e cobertura mesmo, pois usam até helicópteros para flagrar cenas de arrepiar. E nós nos sentimos como mariscos entre o mar e o rochedo. Reféns da bandidagem.
Com relação aos assaltos 24 horas por dia, a mão desalmada, da parte dos agentes do poder público, sem comentários. Infelizmente, porém, dá para se perguntar: sonegar ou não sonegar impostos? Os grandes o fazem e, ilesos, ficam impunes, pois seus processos tramitam até mais não poder. Até parece que, nesses casos, não faz sentido “até mais não poder”, pois sempre pode. Que país é esse, Cazuza? Será que o que é de César não vai estourar o impostômetro?
Já se tornou clichê publicitário, principalmente em propagandas de escolas, dizer que a vida é feita de escolhas. Mas, para que a vida humana seja feita de escolhas pessoais, conscientes, é preciso que o País também ofereça condições de escolhas. Para isso pagamos impostos.